O atleticano está de queixo caído com
a performance de Bruno Mineiro na Portuguesa: três gols em três jogos. O
torcedor pode estar. Quem tem mais tempo para acompanhar o clube, com olhar
desapaixonado, sem a sede absurda de gols do homem da arquibancada, sabe que o
atacante é artilheiro capaz, lutador, sem medo de dividida, excelente cabeceador.
No Atlético 2012 revelou outra faceta
importante, fez inúmeras assistências. Nos clubes por onde passou, aqui mesmo,
foi sempre artilheiro. Com seu gol na última partida de 2011, colocou o Sport
na primeira divisão.
Quem tem a paciência de ler meus
textos, que alguns erradamente chamam de coluna, algo para os mestres, sabe que
fiz o possível pela escalação do jogador, nunca tive dúvidas que dentre os
atacantes do Atlético ele era o melhor. Veja bem, nunca disse que Mineiro é um
craque. O Damião é?
Petraglia e Jofre Cabral e Silva são
os craques presidentes da história do Atlético. O primeiro, o empresarial, o
construtor do sonho impossível. O segundo, o emocional, o homem de levar pela
palavra, fazer da frase poção encantadora capaz de conduzir torcedores aos
confins do mundo atrás de uma bandeira. Morreu no ofício, virou santo.
Ambos merecem estátuas na frente da
maravilhosa Baixada, que Petraglia fará ainda maior e melhor. Afirmei a minha
admiração por Petraglia? Não vou ser chamado de traidor? Pois bem. Sigo em
frente.
Sou contra o modelo utilizado por
Petraglia no gerenciamento do futebol do Atlético, pelo simples fato de que
seus resultados são os piores possíveis, que fique claro, desde 2008, quando em
final de campeonato passou o cargo ao Malucelli para que se pudesse contratar
Geninho.
Petraglia acredita na
profissionalização do setor, em currículos, em experiências no exterior, e se
afunda num pântano de diplomados amadores que não conseguem reconhecer em Bruno
Mineiro capacidades evidentes, que conseguem esquecer Ligüera, ver qualidades
em Bruno Costa, contratar Pedro Botelho.
O amigo vai dizer que não é o modelo,
trata-se apenas de encontrar as pessoas certas, como tudo no futebol, uma
questão de encaixe. Pode ser.
Petraglia deve estar às voltas com o
fantástico caso Morro Garcia, garantindo recursos para o Atlético, no que é leão
invencível. Na primeira pausa, deve voltar aos noventa minutos, ao ganhar três
pontos. Estudou futebol, tem experiência, inteligência privilegiada, nada
custará voltar ao passado vencedor, reconhecer virtudes no olhar dos práticos, nos
atleticanos unicamente interessados no sucesso do Furacão, encontrar com eles o
encaixe perfeito.
Vale a pena tentar, afinal, como disse
o poeta, tudo vale a pena, se a alma não é pequena.
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