sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PARABÉNS PETRAGLIA

Moro de cara para o sol da manhã. Da minha privilegiada janela, me acostumei a ver as primeiras claridades do dia refletidas sobre a cobertura da Arena magnífica, exemplo de modernidade em tempos de velharias, um orgulho para todos os rubro-negros.

A possibilidade de dar presente ao curitibano, trazer para a cidade os jogos da Copa 2014 e as consequentes melhorias na sua infraestrutura, fez os atleticanos decidirem por colocar por terra o sonho materializado, destruir o novo para construir o soberbo, dar passo gigantesco na direção do que há de melhor no mundo.

O avançar é movimento cheio de riscos, ainda mais quando invejas poderosas estão dispostas a intervir em todos os setores para dificultar o crescimento inevitável. Foram essas invejas travestidas de defensoras dos dinheiros públicos, determinantes para que meu olhar demorasse por meses sobre a Arena destruída, a cada manhã a esperança de uma agitação produtiva e nada além do voo dos pássaros indolentes sobre o esqueleto em definhamento.   

Pois ontem, finalmente, li a notícia tão esperada. O BNDES liberou os recursos para o avançar da obra.

O que começou lá pelo agosto de 2011, com o convencimento do Conselho Deliberativo da Administração Malucelli, tarefa duríssima, um ano depois recebe o tiro de partida, sai do bloco e, a partir de agora, deverá seguir como um Usain Bolt na direção da linha de chegada.

Imagino o trabalho que deu chegar a este ponto. Quantas dúvidas assomaram às mentes dirigentes, quantos projetos foram feitos e refeitos, quantas leis e artigos rebuscou o jurídico, quantas negociações se estabeleceram sem que qualquer de nós tivesse o menor conhecimento.

Como atleticano nascido aqui ao lado da velha Baixada, menino acostumado a entrar pelo portão da Petit para ver treinos, jogado nas arquibancadas de tijolos, ou nos bancos de madeira da social, próximo aos endinheirados com seus coletes e cigarros fumegantes, é fácil entender a emoção que irrefreável me atinge ao teclar o parágrafo, antevendo a colossal transformação.

Nada fiz, além de sofrer distante os inúmeros percalços ultrapassados pela direção rubro-negra. A ela os meus parabéns. A todos aqueles que cooperaram de qualquer forma para que tantas represas fossem abertas, tantos nós fossem desatados, os meus sinceros cumprimentos, não apenas do atleticano de fé, mas, também, do velho piá orgulhoso da cidade onde nasceu.

O amigo ainda não leu o nome Petraglia neste texto que se alonga. Tem razão, impossível não citar, ficou para o fim. Parabéns Petraglia.

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