O Ricardinho vasculha sua prancheta em
busca de soluções para vencer o Rubro-negro no clássico da sua vida. O ex-jogador
já jogou muitos, decidiu muitos, mas, na nova carreira garantida por liminar, é
o primeiro. Sabe, perfeitamente, que a vitória lhe dará fôlego para continuar,
a derrota o colocará no caminho de apenas permanecer na competição, realizar o
que se chama de um bom trabalho, fazer companhia ao coxa Marcelo Oliveira até o
findar do ano.
Ricardinho deve ter estudado o
Atlético , reconhecido as deficiências do Furacão e pretende utilizá-las para
conseguir a vitória.
Vai jogar no ataque? Penso que não.
Todos os que conseguiram bons resultados contra o Rubro-negro jogaram na defesa
explorando os contra-ataques. Ricardinho pode fazer o mesmo, tentando um breve
forçar ofensivo nos momentos iniciais dos tempos, quando o Atlético tem
revelado desconcentração incompreensível.
Se vai jogar no contragolpe, como
fará? Obviamente pelo setor de Maranhão, sempre na frente, utilizando jogador
rápido no confronto com Manoel. O Criciúma chegou quatro vezes quase no
interior da pequena área valendo-se desse expediente. Fica aí uma dúvida.
Ricardinho vai tentar bloquear a subida de Maranhão? Caso positivo, terá suas
chances de contra-ataque diminuídas.
Que mais poderá fazer o treinador da
gralha?
Buscar as faltas nas proximidades da
área para a batida de Lúcio Flávio, esperando que esse faça o seu papel nos
tempos de jogador.
Tentar o escanteio longo para o
retorno de cabeça para o interior da área, lance em que já levamos gol e quase
se repete a desgraça contra o Tigre.
Não muito mais que isso. O resto é
inflamar no discurso, lembrar do clássico, marcar, marcar, marcar, jogar no
erro atleticano, fazer um gol, e, apoiado pela “massa”, resistir até o último
minuto.
Logo após o jogo do Atlético com o
Criciúma, passei por amigo paranista inflamado. Disse-me o herói em desaparecimento:
“se o Paraná ganhar do Asa, a diretoria quer colocar quinze mil torcedores na
Vila”. Perguntei a ele onde iria contratar tanta Kombi. Ficou sério. Não
gostou.
O amigo vai me perguntar o que Nhô
Drub pode fazer contra o Paraná? Não sei. Não assisto jogos do Paraná. Só por
que estou na selva, nada me obriga a fazer amizade com o macaco, jantar com o
leão, ficar espiando o voo da gralha. Quero mais é sair dela, tocar meu barco
rio acima, alcançar meu lugar no castelo do rei. Para isso, o Atlético deverá
optar pela tranquilidade, pela raça, remar, remar e vencer.
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