sexta-feira, 24 de agosto de 2012

REMAR, REMAR E VENCER


O Ricardinho vasculha sua prancheta em busca de soluções para vencer o Rubro-negro no clássico da sua vida. O ex-jogador já jogou muitos, decidiu muitos, mas, na nova carreira garantida por liminar, é o primeiro. Sabe, perfeitamente, que a vitória lhe dará fôlego para continuar, a derrota o colocará no caminho de apenas permanecer na competição, realizar o que se chama de um bom trabalho, fazer companhia ao coxa Marcelo Oliveira até o findar do ano.

Ricardinho deve ter estudado o Atlético , reconhecido as deficiências do Furacão e pretende utilizá-las para conseguir a vitória.

Vai jogar no ataque? Penso que não. Todos os que conseguiram bons resultados contra o Rubro-negro jogaram na defesa explorando os contra-ataques. Ricardinho pode fazer o mesmo, tentando um breve forçar ofensivo nos momentos iniciais dos tempos, quando o Atlético tem revelado desconcentração incompreensível.

Se vai jogar no contragolpe, como fará? Obviamente pelo setor de Maranhão, sempre na frente, utilizando jogador rápido no confronto com Manoel. O Criciúma chegou quatro vezes quase no interior da pequena área valendo-se desse expediente. Fica aí uma dúvida. Ricardinho vai tentar bloquear a subida de Maranhão? Caso positivo, terá suas chances de contra-ataque diminuídas.

Que mais poderá fazer o treinador da gralha?

Buscar as faltas nas proximidades da área para a batida de Lúcio Flávio, esperando que esse faça o seu papel nos tempos de jogador.

Tentar o escanteio longo para o retorno de cabeça para o interior da área, lance em que já levamos gol e quase se repete a desgraça contra o Tigre.

Não muito mais que isso. O resto é inflamar no discurso, lembrar do clássico, marcar, marcar, marcar, jogar no erro atleticano, fazer um gol, e, apoiado pela “massa”, resistir até o último minuto.

Logo após o jogo do Atlético com o Criciúma, passei por amigo paranista inflamado. Disse-me o herói em desaparecimento: “se o Paraná ganhar do Asa, a diretoria quer colocar quinze mil torcedores na Vila”. Perguntei a ele onde iria contratar tanta Kombi. Ficou sério. Não gostou.

O amigo vai me perguntar o que Nhô Drub pode fazer contra o Paraná? Não sei. Não assisto jogos do Paraná. Só por que estou na selva, nada me obriga a fazer amizade com o macaco, jantar com o leão, ficar espiando o voo da gralha. Quero mais é sair dela, tocar meu barco rio acima, alcançar meu lugar no castelo do rei. Para isso, o Atlético deverá optar pela tranquilidade, pela raça, remar, remar e vencer.

 

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