Cheguei em casa
atrasado, querendo ligar a televisão e ver na arte os 10 minutos de jogo com 1
a 0 favorável ao meu Rubro-negro. Qual o quê. Só acertei o tempo de jogo. Sem
preocupações, vamos ganhar, pensei eu, imaginando um lanchinho para matar a
fome, os gols saindo a partir daquele momento, certo que o Furacão só me esperara
para virar Barcelona.
Os últimos jogos do
Atlético foram muito parecidos. O Rubro-negro ataca, o adversário defende, joga
por uma bola para marcar e infernizar minha vida. Contra o Joinvile, meu
martírio começou mais cedo que o normal. Nem bem tinha me acomodado na cadeira
e aos 24 os catarinas marcaram o gol que me fez engasgar com a pipoca saída do
micro, não tenho dúvidas, praga do meu amigo pipoqueiro paranista.
O tosse-tosse ainda me
atormentava quando o pênalti em Deivid me trouxe algum alívio. Elias saçaricou,
bateu, o goleiro tocou na bola, ela teve pena deste escriba e buscou o
aconchego da rede. Passa o refri, agora vai. Aos 34, segundo amarelo e
barriga-verde fora do jogo. Vamos Furacão. No primeiro tempo nada. O Atlético
forçou pela direita, não conseguiu avançar seus laterais, João Paulo foi
marcado, o Joinvile nada fez além de destruir e garantiu o placar.
A história se repete no
segundo tempo. O intervalo permitiu ao treinador visitante arrumar seu time.
Duas linhas de quatro, cada um marca o seu, um atacante para explorar o erro da
defesa. O Atlético cerca, Botelho tem mais liberdade, os cruzamentos vão
acontecendo, nada.
O jogo chega aos 15
minutos e a aritmética do futebol comanda a primeira substituição. Marcelo no
lugar de Elias. Não gostei. A mudança toca o horror no ataque, Henrique vai
para a esquerda, Felipe vem para o meio, Marcelo entra pela direita. Por que
simplesmente Ligüera não substituiu Elias? Estivesse Baier no banco não seria
esta a substituição óbvia? Vai lá dá certo, não estou sentado à frente da
televisão para duvidar e sim para torcer.
Aos vinte e poucos, após
três chutes de fora, o Atlético começa a errar passes e, aos 27, Manoel erra
mais um, faz falta fora da área, o juiz dá pênalti. Por sorte, assistente
aconselha e o juiz volta atrás. Falta. A menina já é musa Furacão. O susto
trouxe Ligüera a campo, no lugar de João Paulo.
Eram 30 minutos, o jogo
já era uma balbúrdia, o árbitro foi atacado por um complexo de culpa
inaceitável e segurou o ataque do Atlético cumulando-o de faltas. Ao apitar o
final da partida, levantou as mãos para o céu.
Por incrível que pareça,
o sufoco que o Atlético impõe ao adversário tem dificultado as coisas. No
segundo tempo não conseguimos uma falta frontal. Os cruzamentos são rebatidos
pela defesa apinhada de jogadores. Para dar algum conforto, finalizamos com
melhor precisão, demos trabalho ao goleiro Ivan.
A solução parece estar
em controlar o jogo trocando passes na intermediária ofensiva, distanciando as
duas linhas de defesa adversárias, permitindo maior espaço de manobra. Não sei,
é só uma ideia.
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