terça-feira, 21 de agosto de 2012

COISAS DO FUTEBOL


Sou milico velho, daqueles acostumados a rotinas, as funções claramente definidas em regulamentos, quando não, detalhadas nas famosas normas gerais de ação de cada unidade, o tal quartel para o público civil. Ano passado, fiquei interessado em planejamento estratégico do Figueirense, editado em livro, bonito, imaginei encontrar ali algo parecido com os planos a que me acostumei na vida verde-oliva.

O Figueirense estava bem, fez um grande campeonato brasileiro, fiquei com a ideia de que o resultado era fruto do bom planejamento e mandei email para o time de Floripa, tentando adquirir exemplar da chave do sucesso catarinense. Educado, o encarregado da resposta lamentou não poder me atender, tendo em vista o sigilo do documento. Entendi perfeitamente. No fundo, era o que esperava ouvir.

Sem o novo conhecimento, estacionei no conteúdo do livro “Futebol, teoria e prática” de Ariobaldo Frisseli e Marcelo Mantovani, onde sucintamente os autores apresentam a estrutura administrativa de um clube de futebol. É pouco.

Quando em reunião do Conselho se discutiu a formação de comissões e Petraglia aventou a possibilidade da criação de uma específica sobre futebol, vi ali a chance de conhecer a organização atleticana e produzi documento em que turmas de conselheiros participariam de uma espécie de clínica, onde os chefes de setor, em encontros rápidos, passariam suas responsabilidades e atividades em andamento. Para ajudar, criticar, indispensável conhecer.

O telefonema veio rápido, polido como sempre. Não seria possível implantar da forma como eu apresentara, mas poderia ser aproveitado em melhor momento. Agradeci a consideração e entendi que meu simples projeto estava sendo lançado no que chamamos no Exército de caixeta do esquecimento. À Pátria tudo se dá, nada se pede, nem mesmo consideração. A gentileza do representante rubro-negro já foi mais que suficiente. 

Por que estou enrolando o amigo com todas essas considerações? Porque o Atlético está prestes a contratar o senhor Jorge Andrade, segundo a notícia, “para ajudar no departamento de futebol do Furacão”, desfalcado desde a saída do devastador Orlandelli.

Aí fico na dúvida. O que vai fazer esse senhor, quais serão suas atribuições, que poderes terá, inexiste em Curitiba um atleticano em condições de dar essa ajuda, alguém comprometido com o clube, com formação esportiva, que não seja o terrível Ibiapina?

Por pouco conhecer, considero justa a minha dúvida, e assisto meio com o espírito de vamos ver no que vai dar, sem discordar do comando atleticano. Nem poderia, o planejamento que admirei, vi como solução para todos os problemas, foi por águas abaixo. O Figueirense é, neste ano, o lanterna da competição. Coisas do futebol.

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