Sou milico velho, daqueles acostumados
a rotinas, as funções claramente definidas em regulamentos, quando não,
detalhadas nas famosas normas gerais de ação de cada unidade, o tal quartel
para o público civil. Ano passado, fiquei interessado em planejamento
estratégico do Figueirense, editado em livro, bonito, imaginei encontrar ali
algo parecido com os planos a que me acostumei na vida verde-oliva.
O Figueirense estava bem, fez um
grande campeonato brasileiro, fiquei com a ideia de que o resultado era fruto
do bom planejamento e mandei email para o time de Floripa, tentando adquirir
exemplar da chave do sucesso catarinense. Educado, o encarregado da resposta
lamentou não poder me atender, tendo em vista o sigilo do documento. Entendi
perfeitamente. No fundo, era o que esperava ouvir.
Sem o novo conhecimento, estacionei no
conteúdo do livro “Futebol, teoria e prática” de Ariobaldo Frisseli e Marcelo
Mantovani, onde sucintamente os autores apresentam a estrutura administrativa
de um clube de futebol. É pouco.
Quando em reunião do Conselho se
discutiu a formação de comissões e Petraglia aventou a possibilidade da criação
de uma específica sobre futebol, vi ali a chance de conhecer a organização atleticana
e produzi documento em que turmas de conselheiros participariam de uma espécie
de clínica, onde os chefes de setor, em encontros rápidos, passariam suas
responsabilidades e atividades em andamento. Para ajudar, criticar,
indispensável conhecer.
O telefonema veio rápido, polido como
sempre. Não seria possível implantar da forma como eu apresentara, mas poderia
ser aproveitado em melhor momento. Agradeci a consideração e entendi que meu
simples projeto estava sendo lançado no que chamamos no Exército de caixeta do
esquecimento. À Pátria tudo se dá, nada se pede, nem mesmo consideração. A
gentileza do representante rubro-negro já foi mais que suficiente.
Por que estou enrolando o amigo com
todas essas considerações? Porque o Atlético está prestes a contratar o senhor
Jorge Andrade, segundo a notícia, “para ajudar no departamento de futebol do
Furacão”, desfalcado desde a saída do devastador Orlandelli.
Aí fico na dúvida. O que vai fazer
esse senhor, quais serão suas atribuições, que poderes terá, inexiste em
Curitiba um atleticano em condições de dar essa ajuda, alguém comprometido com
o clube, com formação esportiva, que não seja o terrível Ibiapina?
Por pouco conhecer, considero justa a
minha dúvida, e assisto meio com o espírito de vamos ver no que vai dar, sem
discordar do comando atleticano. Nem poderia, o planejamento que admirei, vi
como solução para todos os problemas, foi por águas abaixo. O Figueirense é,
neste ano, o lanterna da competição. Coisas do futebol.
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