segunda-feira, 20 de agosto de 2012

BOA SORTE



Saio para aproveitar a manhã de sol, sentir a alegria fluir pelo corpo velho, quando passando em frente do boteco pé sujo, escuto do homem que com um pano imundo tenta “limpar” o piso gordurento: “um a zero no pau da goiaba”. Um desarrumado emendou lá do fundo: “e que golzinho estranho”. Imaginei serem coxas, ou paranistas, discutindo o jogo do meu Furacão.

Fossem atleticanos estariam de pé nas cadeiras, falando da vitória heroica, do golaço de Marcão, a canela mais bem localizada em toda história do futebol brasileiro, gastando a aritmética para calcular chances de retorno à série A.

O um a zero foi na medida. Contra o Criciúma vice-líder, precisando encurtar diferença enorme, o Rubro-negro venceu partida que começou com susto capaz de fazer seu Petraglia cair do assento, onde nem bem se acomodara. Dois minutos e barriga-verde chegou livre na cara de Weverton. A defesa milagrosa encaminhou jogo tranquilo.

Repetindo a escalação do jogo anterior, com Henrique e Felipe alternando o posicionamento pelas extremas, Elias gerenciando o trânsito ofensivo, João Paulo estupendo no desarme e saída de bola, os dois laterais sempre no ataque, o Atlético trocou passes desde Manoel, fez o gol “estranho” logo aos 21, e conseguiu três pontos magníficos.

O gol de Marcão foi fruto do aumento da probabilidade de sucesso que o número elevado de atacantes na área proporciona. Quando Pedro Botelho cruzou, o Furacão tinha Felipe para chutar, mais três atacantes posicionados à sua frente. As chances de gol eram muito grandes.

Felipe finalizou, a bola desviou em Marcão, todos os atleticanos do mundo gritaram “Vai! Vai! Entra! Entra!”, e ela, fazendo-se de rogada, atendeu ao pedido. É raro termos tantos jogadores colocados de modo a aproveitar cruzamentos e erros da defesa. Bola no fundo, a tropa tem que entrar na área.

Giovanni, o cabeçudo do Criciúma, que aos 31 do primeiro tempo foi expulso por atropelar Deivid, facilitou o serviço.

Aí ficaram faltando os gols. Mesmo com o Tigre jogado na defesa os 90 minutos, deveríamos ter marcado mais. Marcão perdeu um feito ainda na primeira etapa, e, na segunda, somente três chutes tiveram direção do gol, dois de fora da área. Muito pouco. Os cruzamentos cortaram a área sem interferência dos atacantes.

Não fosse o drama vivido, o temor do empate, que quase aconteceu em escanteio no primeiro minuto do segundo tempo, o torcedor teria cochilado.

Embora com efetiva presença no ataque, a defesa tem garantido as vitórias. Ótimo. Um pouco de estrela tem ajudado. Melhor ainda. Em semana em que nos despedimos de Morro Garcia e Paranaguá, estava na hora de receber um afago da boa sorte.


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