quarta-feira, 8 de agosto de 2012

SECA PIMENTEIRA


A dupla Nhô Drub e Zé Alberto, que estava no camarim torcendo para que o velho empreiteiro buzinasse o Jorginho dos odores, pulou no palco de vereda, cantou sua moda contra os patrocinados pelos Cavaleiros do Forró e venceu.

Com essa tropa de Goiás chegando no Caju, pode ser que a solução para os nossos problemas seja mesmo uma dupla caipira, seja pelo canto afinado, seja pelo fim dos olhos gordos que há tempos esperam uma beirada para fazer do Rubro-negro plataforma para o sucesso.

A moda que a dupla cantou no Nazarenão foi coisa mesmo de gente aproveitadeira. O esquema utilizado foi aquele que nos trouxe a alegria dos gols com Don Juan, o que vai aumentar a saudade das viúvas do uruguaio, entre as quais me incluo.

A primeira linha de quatro assustadora, sempre em linha, contando com o participação hábil do assistente, os dois volantes, Derley marcando individualmente o velho Netinho, Henrique pela direita, Marcão centralizado, Felipe pela esquerda e Elias fazendo a transição. A marcação obstinada de Netinho mostra o tamanho do nosso retrocesso.

Qual a diferença do time do Carrasco? Ao invés de ter dois ponteiros de velocidade, Henrique e Felipe jogam fechando pelo meio, aproximam-se de Elias e abrem espaço para os laterais avançar. A aproximação facilita a troca de passes, permite o controle do jogo, evita o constante rifar da bola, divide a marcação. Era o rumo indicado por Jorginho. Deu certo.

Dos que chegaram gostei de Maranhão, dos volantes, João Paulo tem melhor chegada no ataque, Felipe, ainda errando passes, e Elias, como já se sabia, jogador acima da média. A análise pós-jogo de Elias em Paranaguá, reclamando maior retenção de bola no setor ofensivo, sinalizava para a natural melhoria do funcionamento da equipe apenas com sua presença.

Esqueci do Marcão? De jeito nenhum. Dois gols decisivos me colocaram no céu. O passe de Deivid para o segundo gol me encheu de alegria.

Algo a reparar? Sim. A defesa continua sofrendo com as bolas paradas, temos que diminuir o número de faltas. Facilitamos para o chute de fora, principalmente no segundo tempo. Fui dormir feliz.

Quem também teve uma boa noite de sono foram os caipiras no comando e o velho empreiteiro, que já mandou desligar os telefones, parar a busca de treinadores, se em algum momento existiu. Os primeiros pediram e ganharam a chance da vida, o segundo vibrou com a possível solução dos problemas sem grandes gastos, sem gente repetindo que jogar em Paranaguá atrapalha.

O atleticano em desespero gostou. O apaixonado, sem dormir desde o início de 2011, aceita qualquer coisa, com técnico, sem técnico, quer três pontos. Os que devem ter dormido mal, choraram a vitória, foram os seca pimenteira.

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