O Atlético sai da chácara para jogar
na fazenda. Sai da amenidade do clima curitibano para o calor e a secura do
cerrado. Deixa de jogar contra os últimos classificados para enfrentar o melhor
aproveitamento do segundo turno, 13 pontos conquistados contra 11 do
rubro-negro. É briga de cachorro grande.
O Goiás está vivíssimo. Na última
terça-feira venceu o Criciúma ferido pela sapatada desferida pelo América das
alterosas. Ramon fez gol logo aos 3 minutos e o placar poderia ser mais
elástico, não fosse Michel Alves goleiro de extraordinárias defesas. O time é
rápido, troca jogadores de velocidade por mais velocidade, explora as dimensões
do campo com sabedoria, mescla juventude e experiência.
Na sua pequena área lê-se em grandes
letras brancas a palavra “IDOSO”. É vaga exclusiva de Harlei, acho que está lá
desde a fundação do clube. No ataque tem Iarlei, outro centenário, poupado em
alguns jogos, ainda pronto a correr como coelho de desenho animado.
Os laterais, Vitor, outro sócio
fundador, e Egídio, ex-Flamengo, são constantes no ataque. O meia Felipe
Amorim, 21 anos, é o puxador de contra-ataques. Saiu vaiado contra o Tigre,
chutou o balde, mas joga. O volante Ramon e o armador Ricardo Goulart são os
artilheiros esmeraldinos com 7 gols cada.
O Furacão não terá vida
fácil.
O básico é não levar o gol de início
de partida, tranquilizador do dono da casa e porta aberta para os contragolpes,
especialidade goiana.
O bloqueio dos laterais é
indispensável. Vitor é bom lançador, entra pelo meio, Egídio é de ousadias, tenta
o drible, vai para cima. O avanço do volante Ramon pede policiamento. Quando o
cara é o jogador surpresa, acabou a surpresa.
Forçoso se aproveitar do conhecimento
que Elias e Marcão têm do adversário e do Serra Dourada. Usar a bola longa de
Elias, a velocidade de Marcelo, tendo chance colocar para dentro, deixar o
contra-ataque a nosso favor.
Ter posse de bola e trocar passes com
acerto para evitar o desgaste físico e botar fogo na cabeça do torcedor goiano
são necessidades importantes. Levar um banco de velocistas capaz de virar
resultado negativo inicial, medida mais que razoável. Ricardinho deve estar no
avião.
Pedir para o amigo secar o Goiás
naquele clima desértico é crime contra a humanidade. Será melhor torcer pela
perfeita atuação da nossa defesa, pelo bom desempenho tático do meio campo e
pela fartura de gols dos últimos jogos.
As derradeiras vitórias foram treinos
de luxo para o jogão de sábado. Todo combate é uma luta entre vontades,
apetites despertados. Espero que os atleticanos estejam encarando o arroz com
pequi com gula adolescente e a maturidade alimentar do idoso. Não tomados os
devidos cuidados, os espinhos do pequi arrebentam a boca do freguês.
Nenhum comentário:
Postar um comentário