quarta-feira, 12 de setembro de 2012

AUTOESTIMA


Acostumado ao segundo andar da Arena, onde o jogo é simplesmente assistido ao embalo da Fanáticos, esqueci o sabor das proximidades do alambrado. As observações são ótimas. Alguém resolveu invocar com a orelha do nove do CRB, “orelhudo, vai fazer uma plástica”, pegava no pavilhão auricular do atacante o torcedor, outro pediu gol a Marcão, “prá levantar tua autoestima”, um psicólogo de arquibancada. O Ecoestádio tem seus encantos.

O Atlético treinou contra o CRB e goleou com facilidade. Controlou o jogo, teve pouco trabalho defensivo, João Paulo foi distribuindo, mudando o lado, Marcelo criando as jogadas pelas laterais, Elias tentando se aproximar de Marcão, empacando na dificuldade do atacante na atuação como pivô.

Quando o zero a zero começava a incomodar, aos 34 minutos João Paulo lançou Botelho livre pela esquerda, o cruzamento aconteceu e Elias em belo voleio marcou o primeiro. Aos 37, João Paulo lançou Marcelo dentro da área, dois a zero. O artilheiro já perdera gol certo aos 31, ao tentar finalizar de calcanhar ao invés de passar a Elias. Fim do primeiro ato, palmas para João Paulo e Marcelo.

O time foi para o vestiário com a partida ganha, o CRB já trocara dois por contusão, pouco poderia fazer.  O Atlético voltou sem substituições, mas com uma modificação importante.

Não se sabe por que cargas d’água, Marcelo desapareceu do jogo. Esqueceu o lado do campo, foi jogar ao lado de Marcão e abduzido por nave extraterrestre assistindo a pelada sobre o Barigui. Cadê o Marcelo, perguntei. Ninguém sabia. Sem Marcelo pelos flancos, o ataque parou.

Aos 23, a defesa assistiu ao tricotar do CRB e o impossível aconteceu, gol do time das letrinhas. Duas faltas laterais e um escanteio foram os sinais da humilde melhora que resultou no gol. Uma bobeada tremenda, as piadinhas de alambrado perderam a graça. Ai! Ai! Ai!

Assustado, o alienígena rubro-negro liberou Marcelo. Taiberson brigou pela bola, sobra para Marcão, daí a Elias, então para Marcelo, três a um. Eram 25 minutos. Ainda bem. Palmas para o papa-léguas.

Baier entrou no lugar de Elias e, aos 37, recebeu de Henrique dentro da área, chutou colocado, quatro a um. Hora de ir para casa, atravessar a passarela ao som de “o furacão voltou”, ouvir as entrevistas no rádio do carro.

Botelho fez umas gracinhas perigosas, ele e Daniel levaram amarelos sem necessidade. Marcão sofreu no ataque, suas dificuldades na troca curta de passes é evidente. As dimensões do Ecoestádio dificultam. Talvez fosse melhor termos alguém de maior habilidade no comando do ataque ao jogarmos em Curitiba. Quem? Trabalho pro Nhô Drub.

A rodada acabou e estamos no G4. A torcida está com o sorriso de orelha a orelha. Depois de tanto sofrer, de tanto mudar de casa, o atleticano merece comemorar o momento, ter um up na sua autoestima.

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