quarta-feira, 5 de setembro de 2012

MAGNÍFICOS TRÊS PONTOS


A entrada tardia dos torcedores no Janguitãozão me fez lembrar os anos da velha Baixada, quando os jogos da tarde eram às três e meia e eu, debaixo do placar, ficava vendo o jogo e espiando os portões da Buenos Aires, torcendo pela entrada dos torcedores, uma renda melhor, naqueles tempos a única fonte de recursos do Furacão. Coisa de maluco, onde já se viu um piá preocupar-se com futebol e bilheteria.  Coisas que o Atlético faz com você.

Sai da Baixada e acordei em pelada no campo do Ypiranga, ali, meio Água Verde, meio Vila Guaíra, na época em que o profissionalismo era quase amador e o amadorismo um momento de amor. A bola sobe na área atleticana, Naldo “faia” feio, gol do Boa. Coisas do velho amadorismo. Sete minutos. Gostaria de um zagueiro chamado Fé, segundo Gilberto Gil, a fé não costuma “faiá”.

É inacreditável. A defesa erra, o inimigo marca. Não tem erro. Aí é “pacabá”.

Aos 14 minutos, o Atlético tinha feito 6 cruzamentos, 3 de cada lado. Nenhum chegou perto de cabeça rubro-negra. Quem vê futebol inglês fica espantado com a precisão dos cruzamentos, o atacante sempre com chance. No Furacão é uma varada para dentro da área, um seja o que Deus quiser. Marcão ou passou da bola, ou está atrasado. Dá-lhe fé, treinar, treinar, treinar.

Sereno, o Boa recuou e esperou o Atlético. Trocando passes pelo meio, Felipe e Henrique fecham demais, a defesa mineira sequer precisou fazer faltas, foi interceptando passes e gastando o tempo. Empacado o trem, aos 27, Nhô Drub colocou Marcelo no lugar de Felipe, um toque-toque por um pegue-me se puderes. O resultado, difícil saber. Pelo menos o papa-léguas consegue as faltas para bola parada. Aos 43 cruza e Elias cabeceia para fora. Vamos para a pipoca.

O segundo tempo traz Baier no lugar de João Paulo. Elias volta para tentar o lance longo, Baier se aproxima do ataque. Voltamos ao volante único de Don Juan. Funcionou. Aos 7, Botelho cruza, Marcelo se antecipa ao zagueiro e empata. Aos 19, Baier bate falta, a defesa falha, sobra para Marcelo virar o placar.

Na sua passagem pelo Santos, o nosso Kleber fez montões de gols e creditaram seu sucesso à alta velocidade em pequenos espaços. Assim é Marcelo, o zagueiro bobeou, chega na frente, se vai marcar é outra novela. Acho que jogador se escala, Marcelo tem que jogar.

De novo o Furacão deixou a desejar. Foi melhor no segundo tempo? Nem tanto, a bola entrou, fiquei louco de feliz. Ficaria mais se Ricardinho e Edigar treinassem no time reserva, são mais incisivos que Felipe e Henrique. Ligüera no banco seria bom. Estou reclamando do quê? Ganhamos, vamos comemorar.

Não foi aquele 6 a 1 que vi contra o Caramuru de Castro lá na velha Baixada, foi um 2 a 1 suado, contra o Boa Esporte, no Ecoestádio. O que mudou? Mudou o valor da vitória, hoje valem três pontos, magníficos três pontos.

 

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