Smart habilitado vou para a televisão,
espero um descuido do neto vendo Ben 10 e troco para o canal onde encontro a
tabela e a classificação do Brasileiro. Passo pelo vexame de trocar da série A
para série B, e me deslumbro com o Furacão em quinto lugar, um pontinho atrás
do Joinville, o time do técnico com bigode à Zapata, um sombrero enfiado na
cabeça e pronto, faz figuração em filme mexicano sem necessitar retoques.
Aperto o botãozinho vermelho e entro
na tabela.
Sou tentado a fazer previsões, alguns
jogos são ótimos – ASA x Joinville, Vitória x Boa, América MG x São Caetano e
Goiás x Criciúma –, todos os resultados de nosso interesse, e desisto no
segundo parágrafo. Deleto tudo insatisfeito com minha incursão pela
numerologia. Fosse bom no assunto, jogaria na esportiva, onde só cravei os
treze pontos quando o Brasil inteiro acertou.
O Atlético já fez o mais difícil,
chegou junto do G4, assusta o Joinville, que sofreu para ganhar do
Avaí no fim de semana. A derrota deprimente do Criciúma para o América MG pode
sinalizar para o tigre paraguaio do campeonato. Perdendo para o Goiás, corre o
risco de virar gato de desenho animado, sofrer na mão de todas as ratazanas,
dar trabalho ao coração do seu Angeloni. O São Cae estacionou e o Coelho
mineiro parece ter recuperado o gás do início da competição. O resultado do
jogo pode indicar tendências, gerar sequelas, alentar espíritos.
As considerações são inúmeras, o amigo
pode escolher os resultados de sua preferência e torcer, difícil escolher os
resultados que nos favoreceriam mais.
O que o amigo tem que fazer é
comparecer ao compromisso de hoje no Ecoestádio. O quê? Não vai dar? Dê um
jeito irmão.
Para firmar presença no G4, o Atlético
tem que ganhar, mostrar força, colocar pressão nos adversários. Você é
imprescindível. O horário é terrível, o expediente ainda está bombando, o chefe
de olho nos funcionários, os funcionários de olho no chefe, bobeou, a
repartição, a sala de aula, ficam vazias, coxas e pananistas assumem o serviço,
respondem chamada para os rubro-negros em debandada.
Se não der para a população ativa,
sobra prá nós, os véio, os aposentados, os estudantes matutinos, noturnos, os
funcionários públicos dispensados por um milhão de motivos, os doentes com seus
atestados médicos na mão, os avós e seus netos. Uma mistura capaz de botar fogo
no Janguitão caldeirão.
Por falar em neto, consegui mudar do
Ben 10 para o Bob Esponja. O menino que salva o mundo dos alienígenas usa uma
horrível roupa verde, um péssimo exemplo. Contra maus exemplos, não vou
incentivar ninguém a faltar aula, dar o golpe no expediente, mas que o amigo
vai fazer falta, até o Bob Esponja sabe.
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