Já ouvi chamarem a arquibancada com
acesso pelo portão 3 de Everest. Ainda não fui lá, fiquei na base deste
Himalaia ecológico no seu alicerce, um arcabouço metálico nos seus patamares
superiores. Esse Himalaia com vistas para o Barigui vai ferver sábado à tarde.
Hoje, gravador foi colocado na mesa à
frente dos jogadores rubro-negros, alguém deu um toque no play e voz misteriosa declinou a missão: os senhores deverão vencer
o Ceará de qualquer maneira, trata-se da salvação do planeta. Esta gravação se
extinguirá em três segundos. Um, dois, três, o gravador evaporou em meio à
fumaça.
A missão não é impossível, o Ceará não
é superior ao rubro-negro, mas vai lutar como um leão para manter suas
esperanças de retorno à série A.
A missão não é impossível, mas se não
for cumprida, a campanha será colocada em grave risco.
Não gosto do cálculo de que com
determinado número de vitórias, com tantos pontos conquistados, estaremos na
primeira divisão. A estatística carrega consigo esperança perigosa. Vão se perdendo
jogos e enquanto os números possibilitarem continua-se a dar de ombros para o
abismo, acreditando-se que o objetivo continua ao alcance das mãos. De repente,
tem que ganhar 5 de 5.
O resultado contra o Goiás foi
péssimo. O empate era o mínimo a conseguir. Jogamos fora o ponto e a
proximidade do time do cerrado aos 41 do segundo tempo. Um pecado imperdoável. O
aparente controle do jogo era uma ilusão. Quando precisou, o Goiás saiu da
defesa, atacou e ganhou.
O Atlético tem que fazer muito mais do
que fez até agora. Tem que jogar à morte, atacar ao som da cavalgada das Walquírias,
entrar área adentro com dribles e tabelas, forçar o goleiro adversário a
milagres, obrigar às faltas nas beiradas da área, ao pênalti, o gol em madura
gestação.
Ou o Atlético transforma-se no heroico
lutador dos noventa minutos em cada centímetro do campo, um Rocky Balboa dos
gramados, ou continuará a ser aquele time bonzinho, que luta, luta e entrega no
final. Alguém já disse que todo bonzinho, será coitadinho.
A torcida tem que ir ao Himalaia
disposta a torcer nos bons e maus momentos. Em campo, o time encontrará as
dificuldades impostas pelo Ceará. Nas arquibancadas, a torcida não tem
adversário. É ir para cima, cantar, torcer, incentivar cada segundo.
O Atlético que sobreviveu a tudo, e,
crianças, não foi pouco, deve muito a um bando de doentes e seus tambores. Vocês,
hoje no papel desses alucinados, não tem direito a vacilações, a quedas no
ritmo, a fraquezas sem sentido. Vamos meu povo, ao rufar dos tambores, aos
gritos de vitória, vencer o Ceará, escalar o Himalaia.
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