sexta-feira, 21 de setembro de 2012

ESCALAR O HIMALAIA


Já ouvi chamarem a arquibancada com acesso pelo portão 3 de Everest. Ainda não fui lá, fiquei na base deste Himalaia ecológico no seu alicerce, um arcabouço metálico nos seus patamares superiores. Esse Himalaia com vistas para o Barigui vai ferver sábado à tarde.

Hoje, gravador foi colocado na mesa à frente dos jogadores rubro-negros, alguém deu um toque no play e voz misteriosa declinou a missão: os senhores deverão vencer o Ceará de qualquer maneira, trata-se da salvação do planeta. Esta gravação se extinguirá em três segundos. Um, dois, três, o gravador evaporou em meio à fumaça.

A missão não é impossível, o Ceará não é superior ao rubro-negro, mas vai lutar como um leão para manter suas esperanças de retorno à série A.

A missão não é impossível, mas se não for cumprida, a campanha será colocada em grave risco.

Não gosto do cálculo de que com determinado número de vitórias, com tantos pontos conquistados, estaremos na primeira divisão. A estatística carrega consigo esperança perigosa. Vão se perdendo jogos e enquanto os números possibilitarem continua-se a dar de ombros para o abismo, acreditando-se que o objetivo continua ao alcance das mãos. De repente, tem que ganhar 5 de 5.

O resultado contra o Goiás foi péssimo. O empate era o mínimo a conseguir. Jogamos fora o ponto e a proximidade do time do cerrado aos 41 do segundo tempo. Um pecado imperdoável. O aparente controle do jogo era uma ilusão. Quando precisou, o Goiás saiu da defesa, atacou e ganhou.

O Atlético tem que fazer muito mais do que fez até agora. Tem que jogar à morte, atacar ao som da cavalgada das Walquírias, entrar área adentro com dribles e tabelas, forçar o goleiro adversário a milagres, obrigar às faltas nas beiradas da área, ao pênalti, o gol em madura gestação.

Ou o Atlético transforma-se no heroico lutador dos noventa minutos em cada centímetro do campo, um Rocky Balboa dos gramados, ou continuará a ser aquele time bonzinho, que luta, luta e entrega no final. Alguém já disse que todo bonzinho, será coitadinho.

A torcida tem que ir ao Himalaia disposta a torcer nos bons e maus momentos. Em campo, o time encontrará as dificuldades impostas pelo Ceará. Nas arquibancadas, a torcida não tem adversário. É ir para cima, cantar, torcer, incentivar cada segundo.

O Atlético que sobreviveu a tudo, e, crianças, não foi pouco, deve muito a um bando de doentes e seus tambores. Vocês, hoje no papel desses alucinados, não tem direito a vacilações, a quedas no ritmo, a fraquezas sem sentido. Vamos meu povo, ao rufar dos tambores, aos gritos de vitória, vencer o Ceará, escalar o Himalaia.

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