domingo, 16 de setembro de 2012

PUXAR ORELHAS


Estou lendo comentários sobre o meu “A boca do freguês” e encontro a informação que me escapou à leitura: Iarlei está suspenso. Bom ou ruim? Lembro a torcida pedindo a entrada de Walter no jogo entre Goiás e Criciúma. Lembro da sabedoria de Evaristo de Macedo, colhida em jogo do Atlético anos atrás, afirmando a sensatez da torcida ao apupar jogador expulso inutilmente em partida que nos impediu de avançar em Brasileiro. Conclusão, se a torcida pediu, o tal Walter deve ter lá suas qualidades.

Dito e feito. Três minutos, bola longa nas costas de Botelho, o chute de fora, Walter, um a zero para o Goiás. Impossível acreditar que Nhô Drub não tenha avisado mil vezes da importância de se evitar gols no início do jogo, ter pedido a atenção inicial de joelhos. Pois o seu Botelho, que aos 50 segundos já tinha feito um passe de peito perigosíssimo na frente da área, deixou o substituto do Iarlei fazer a vantagem. Resposta à pergunta: foi ruim.

O Goiás faz o esperado. Recua, deixa o Atlético atacar e vai para o contragolpe. O sonho do seu treinador. O Atlético faz o que tem repetido à exaustão. Joga pelos lados e faz chover cruzamentos na área do Goiás. Chover no molhado, o saldo é nulo, nenhuma cabeçada, nenhuma finalização importante. O que parece ótimo, teoricamente certo, é praticamente inútil.

Aos 25, o segundo ataque do Goiás redunda em escanteio. Resultado: segundo gol esmeraldino. @$%&*&%#%?+#. Um abraço pro gaiteiro.

Volta o Atlético ao estéril controle do jogo. Findo o intervalo, Felipe substitui Maranhão, Henrique ocupa a lateral, Felipe faz par com Elias pelo meio, Marcelo faz dupla com Marcão no ataque. Os cruzamentos continuam sem eficiência, o empate acontece com o chute de fora de João Paulo, o passe central de Botelho, o aproveitamento de Marcelo. Dois a dois. Volta a esperança.

O Goiás vai para o ataque e começa a aparecer a individualidade de Ricardo Goulart. Vai pra cima, agride, passa a mandar no jogo. Aos 36, entra Baier, entra Derley, Derley substituiu Elias. Achei correto. Alguém tinha que marcar Goulart individualmente, acabar com o perigo goiano. Com três volantes, a missão capital caberia a um deles. Por que será que eu odeio três volantes?

Quarenta e um, o empate ótimo resultado, Ricardo Goulart recebe livre de marcação e manda bala. Uma desatenção tremenda. Fim de guerra.

Ficou claro que se nossa bola aérea ofensiva é inofensiva, a defensiva é um desastre. Por que o jogador livre pela ponta, ao invés de entrar na área e criar algo mais efetivo, tem que ficar cruzando bolas para ninguém? Temos que ser mais ousados, finalizar mais, ter jogadores que possam entrar área adentro, sofrer faltas, pênaltis, onde estão Ricardinho e Edigar Junio, são páginas viradas do livro de Don Juan?

Nhô Drub tem que rever conceitos, encontrar soluções práticas, fora dos livros, vendo o jogo, seus acertos e desacertos. Mais ainda, tem que puxar orelhas.

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