segunda-feira, 24 de setembro de 2012

VIVA A VITÓRIA


Saio duas horas de casa, achando cedo demais, e em minutos me vejo empacado na Arthur Bernardes, um congestionamento doentio, prova de que a cidade não está preparada para tocar evento para mínimas seis mil pessoas. Os gargalos no trânsito estão em cada esquina, a falta de estacionamentos é crítica. A esperança é a Copa e suas benfeitorias, um oferecimento do meu Furacão Gigante.

Vamos ao jogo. O Atlético cumpriu a missão que não era impossível, com as dificuldades que se sabia o “vozão” iria impor. O gol em chute de fora de Elias, logo aos 2 minutos, quebrou o planejamento cearense e fez com que o atleticano pensasse em tarde de sol forte e gols fartos. O gol perdido por Deivid aos 4, em cruzamento de Marcelo, deu força à ideia.

Fora o cabeceio para fora de Marcão aos 14, ficamos nisso. Os cruzamentos inofensivos, a falta de finalizações, o recuo, a morte de contragolpes importantes ainda no meio do campo, levaram o Ceará ao ataque e a perder chance clara aos 31. Confesso que esperava um Ceará mais incisivo.

O professor Gusmão também. Voltou do intervalo com três atacantes. Pouco demorou a obter sucesso. Cinco minutos e Marcio Careca se aproveitou de bobeada de Maranhão e empatou. Com o Atlético é assim, bobeou, o atacante adversário está comemorando.

A torcida agita, “eôôô, eôôô, Atléticôôôô”, está para perder a paciência, “Raça! Raça!”, quando aos 12, Maranhão passa a Marcão e, em chute ali da linha da grande área, o centroavante desencanta. Golaço. Aprendi a não falar mal de atacante. O cara tá mal, a canela inchada, atacando na contramão, faz o gol, “Marcão! Marcão! Marcão!”. Tivesse música para assistência, Maranhão teria direito a pedir uma sertaneja, ou evangélica, deu os passes para Elias, Marcão e Marcio Careca. Saiu substituído por Felipe.

Prova do gênio de Nhô Drub, Henrique vai para a lateral e Felipe para o toque-toque. Só dá para entender se Maranhão estiver comprometido fisicamente. Fora isso é insensatez. Henrique é daqueles jogadores que correm, correm e... “é um jogador tático” diz o sábio com a baba grossa a escorrer dos beiços. A mesa do boteco silencia ante a tamanha sabedoria.

Marcelo estacionou na esquerda, virou cone na expectativa de parar o avanço de Apodi, o lateral resolveu infringir a legislação e foi infernizar Botelho. Sem Marcelo, tendo que explorar os contra-ataques, a entrada de Felipe foi taticamente nula. Assim, continua o chuveirinho inútil, os chutes de longuíssima distância, a bola aérea ofensiva sem encontrar cabeças. Baier entra aos 30.

Para entrar aos 30, o Atlético deveria emprestar um aquecedor de pneus da Ferrari e empacotar o velho ali pelos 15. Até aquecer, achar o lugar no campo, o jogo acabou. Elias não tocava na bola há milênios. Estou chato demais. Sai fora rabugice. Ganhamos, estamos a 3 pontos de São Caetano e Goiás. Viva Nhô Drub. Viva o Vitória. Viva a vitória.

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