Saio duas horas de casa, achando cedo
demais, e em minutos me vejo empacado na Arthur Bernardes, um congestionamento
doentio, prova de que a cidade não está preparada para tocar evento para
mínimas seis mil pessoas. Os gargalos no trânsito estão em cada esquina, a
falta de estacionamentos é crítica. A esperança é a Copa e suas benfeitorias,
um oferecimento do meu Furacão Gigante.
Vamos ao jogo. O Atlético cumpriu a
missão que não era impossível, com as dificuldades que se sabia o “vozão” iria
impor. O gol em chute de fora de Elias, logo aos 2 minutos, quebrou o
planejamento cearense e fez com que o atleticano pensasse em tarde de sol forte
e gols fartos. O gol perdido por Deivid aos 4, em cruzamento de Marcelo, deu
força à ideia.
Fora o cabeceio para fora de Marcão
aos 14, ficamos nisso. Os cruzamentos inofensivos, a falta de finalizações, o
recuo, a morte de contragolpes importantes ainda no meio do campo, levaram o
Ceará ao ataque e a perder chance clara aos 31. Confesso que esperava um Ceará
mais incisivo.
O professor Gusmão também. Voltou do
intervalo com três atacantes. Pouco demorou a obter sucesso. Cinco minutos e
Marcio Careca se aproveitou de bobeada de Maranhão e empatou. Com o Atlético é
assim, bobeou, o atacante adversário está comemorando.
A torcida agita, “eôôô, eôôô,
Atléticôôôô”, está para perder a paciência, “Raça! Raça!”, quando aos 12,
Maranhão passa a Marcão e, em chute ali da linha da grande área, o centroavante
desencanta. Golaço. Aprendi a não falar mal de atacante. O cara tá mal, a
canela inchada, atacando na contramão, faz o gol, “Marcão! Marcão! Marcão!”.
Tivesse música para assistência, Maranhão teria direito a pedir uma sertaneja,
ou evangélica, deu os passes para Elias, Marcão e Marcio Careca. Saiu
substituído por Felipe.
Prova do gênio de Nhô Drub, Henrique
vai para a lateral e Felipe para o toque-toque. Só dá para entender se Maranhão
estiver comprometido fisicamente. Fora isso é insensatez. Henrique é daqueles
jogadores que correm, correm e... “é um jogador tático” diz o sábio com a baba
grossa a escorrer dos beiços. A mesa do boteco silencia ante a tamanha
sabedoria.
Marcelo estacionou na esquerda, virou
cone na expectativa de parar o avanço de Apodi, o lateral resolveu infringir a
legislação e foi infernizar Botelho. Sem Marcelo, tendo que explorar os
contra-ataques, a entrada de Felipe foi taticamente nula. Assim, continua o
chuveirinho inútil, os chutes de longuíssima distância, a bola aérea ofensiva
sem encontrar cabeças. Baier entra aos 30.
Para entrar aos 30, o Atlético deveria
emprestar um aquecedor de pneus da Ferrari e empacotar o velho ali pelos 15.
Até aquecer, achar o lugar no campo, o jogo acabou. Elias não tocava na bola há
milênios. Estou chato demais. Sai fora rabugice. Ganhamos,
estamos a 3 pontos de São Caetano e Goiás. Viva Nhô Drub. Viva o Vitória. Viva
a vitória.
Nenhum comentário:
Postar um comentário