sexta-feira, 8 de abril de 2011

CAPITÃO AMÉRICA

Estivesse Geninho no comando do Atlético, a partida de domingo contra o Cianorte seria encarada como de vida ou morte. Além de ganhar, o rubro-negro teria que jogar bem, mostrar padrão de jogo, deixar o adversário tonto. Geninho se foi.
Com Adilson Batista no banco de reservas, o jogo passa a ser um treinamento, coletivo de luxo visando o confronto da próxima quarta-feira contra o Bahia no Estádio Pituaçu. As antigas cobranças não tem mais sentido, é trabalho novo que se inicia, o Paranaense já está perdido, titulares foram excluídos do grupo, trata-se de ver o que sobrou e montar um time que tenha, pelo menos, o perfil do novo treinador.
Quando penso em Adilson na beira do campo, lembro-me de três volantes de qualidade: Henrique, Marquinhos Paraná e Ramires, Cruzeiro na final da Libertadores 2009. A defesa como prioridade.
Não dá para ser contra. O Palmeiras ganhou do Santos na Vila Belmiro com um time de marcadores, muitas vezes desleais, comandados com pulso firme pelo consagrado Felipão. O Atlético foi bem no Brasileiro 2010 pautado pela força defensiva. É o lema oficial dos campeonatos nacionais: não sofrer gols.
Na lápide do futebol brasileiro estará transcrito o lamento fúnebre: preocupei-me em não sofrer gols e morri.  
As notícias que vem do CT do Caju apontam para o time de Geninho em campo contra o Cianorte, com as alterações determinadas pela revoada de meio de semana e a expulsão de Madson. Renan Rocha; Diniz, Dalton, Rafael Santos e Paulinho; Deivid, Baier e Robston; Guerron, Lucas e Adailton é a escalação do treinamento. No papel, nada mudou. Qual é então a expectativa do rubro-negro cansado de Geninho?
No mínimo motivação redobrada, esperança que acompanha qualquer mudança de treinador. Eu espero algo mais, algo que a participação de Adilson não pode prover. Espero que Lucas não mate na canela, Guerron se movimente por todo o ataque, Baier faça uma assistência, Robston jogue 100% mais do que jogou contra o Paraná.
No time do Cruzeiro de 2009, além dos ótimos volantes, Adilson tinha Wagner na armação, Kleber e Wellington Paulista no ataque. Era um baita time. Adilson ajudava.
Se o que eu espero não acontecer, se novas e ótimas contratações não surgirem no Caju, se Adilson não trabalhar a defesa, o posicionamento e o passe incansavelmente, em pouco tempo estará com aquele olhar triste de Geninho, estarrecido com o sofrível rendimento e pronto a elogiar detalhes insignificantes, assumir culpas para não dividir o grupo.
O Atlético é prova de fogo para Adilson Batista. É bom colocar seu uniforme de Capitão América.

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