terça-feira, 19 de abril de 2011

QUE VENHA O BAHÊA

Ah! Meu rei. Tá pensando nu jogo di dumingo? Puis singanô. O jogo é manhã, contra o Bahêa.  
É, irmãos rubro-negros, nada de pensar em Atletiba, em paranaense, essa coisa ruim que já passou. Nossa mente deve estar focada em títulos nacionais, que nos mantenham no patamar do qual nos afastamos temporariamente, apenas temporariamente.
A Copa do Brasil é troféu ainda distante de nossa galeria e, para nós rubro-negros, um dos mais fáceis de conquistar, simplesmente pela imensa força projetada por nossas arquibancadas em competições do tipo mata-mata. Aqui, a vitória é grande possibilidade.
A história é prova da minha certeza, ou o São Paulo e seu amigo paraguaio nos obrigaram a jogar a final da Libertadores no Beira-Rio por que o Arena não tinha quarenta mil lugares?  Eles tinham medo de você torcedor. Temos que ir buscar esta Copa o quanto antes. Temos que ir buscá-la já.
Essa busca começa amanhã, logicamente com sua indispensável presença. Você é a força da Baixada, sempre foi, desde o tempo em que os pinheiros lançavam suas sombras sobre o campo, os meninos trocavam os números do placar, as camisas desbotadas eram colocadas ao sol nos varais atrás do gol dos fundos.
O Atlético forte na adversidade foi forjado ali. Quem com toda a razão reclama destes quatro primeiros meses, nem imagina o que foram os anos de penúria enfrentados pelos torcedores de décadas passadas. Naqueles tempos, se você não tivesse garra, não fosse forte como raio, corajoso como o leão, não tivesse o coração de um cruzado contra milhões de muçulmanos, que fosse torcer para o time das coxas descoradas. A Baixada nunca foi território de fracos.
Valente rubro-negro! Você pode andar desconfiado, maltratado pelas dificuldades, pelas crescentes incertezas, pelos profetas da derrota, pelo sorriso irônico de torcedores que jamais chegarão às finais da Libertadores.
Mas, aí, dentro do seu coração, há uma chama que tsunami nenhum pode apagar. Bastará um sutil sopro de esperança para torná-la labareda ardente e sua voz transformar o mais nebuloso dos crepúsculos em noite plena de estrelas e estonteante lua cheia.
Valente rubro-negro! Você tem responsabilidade. A diferença entre a ventania e o furacão está no tamanho do seu grito. O comandante é novo, os guerreiros vacilam, mas você é forte. Levante da cadeira, coloque sua linda camisa jogadeira, estufe o peito e encaminhe-se para a magnífica Arena. Cumprimente os amigos pelos corredores e adentre ao caldeirão de emoções mais bonito do Brasil. Você se sentirá magnetizado pelo ambiente de vitória.
O adversário é porreta e vem embalado pela palavra do professor Renê.
Nada a temer. O coro fantástico alimentará a alma dos guerreiros e a vitória companheira aos poucos mostrará seu amor maior pelo Furacão.
Eu sei que você estará lá, torcendo, vibrando, mostrando seu carinho pelo maior time deste Estado. Tudo porque você é um herdeiro de heróis, você é um valente rubro-negro.
Que venha o Bahêa.

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