domingo, 17 de abril de 2011

O ATLÉTICO E A GRALHA

Sou desses malucos que acompanham futebol com papel e lápis ao alcance da mão. Tenho anotações sobre jogadores de todas as equipes da primeira divisão e no que toca ao Atlético tenho uma infalível. Está copiada e colada abaixo.

“Bruno Costa não deixa passar uma partida sem dar prejuízo. Está indo bem e, num momento, dá um curto circuito, entrega bola capital, é expulso, faz pênalti, compromete todo um jogo.”

A partir do jogo com o Paranavaí, vou incluir no texto: faz gol contra de fora da área.

Permitam-me uma reflexão. O que anoto é fruto da minha observação contínua, nada tenho contra o jogador, o meu desejo era estar elogiando. Deve ser excelente pessoa, esforçado nos treinamentos, cumpridor das ordens do treinador, contudo, o meu Atlético e as minhas coronárias não merecem viver de sustos a todo instante.

Gabriel Pimba é outro. Nunca vi jogar bem. Basta aparecer treinador novo, lá está o menino no banco de reservas. Titanics inteiros tem seus contratos rescindidos, mas esses permanecem assombrando meus sonhos. Na irresponsabilidade dos treinamentos devem fazer chover. No jogo jogado, falta o brilho do craque, visível ao primeiro toque na bola. Parte da torcida lamenta o pouco aproveitamento dos pratas da casa.

A boa fase de Wallyson no Cruzeiro causa reações extremadas. Dizem alguns, demos de graça um talento para o time de Minas. Só vi Wallyson fazer uma boa partida no Atlético, contra o Corinthians, se me recordo em Copa do Brasil. Sempre foi esforçado, nunca conseguiu render o que rende pela raposa. É óbvio que o time do Cruzeiro ajuda muito, Montillo é um pai para Wallyson, coisa que no Furacão o atacante nunca teve.

Nessa relação de vocações não materializadas estão Raul, Choco, Patrick, Marcelo e outros que posso estar esquecendo. Todos tiveram chances e chances e a produção foi de baixo nível. De Marcelo argumentam que bastou ser emprestado para ser convocado para a seleção brasileira. Alguém preferia Marcelo a Adailton?

Permanecendo no Atlético, podem induzir o novo treinador ao desastre cometido por Adilson Batista. Escalar Gabriel Pimba tendo Heverton e Branquinho no banco é demonstrar total falta de conhecimento das características de seus jogadores. Cabeça duríssima, Adilson resistiu até o final do primeiro tempo para colocar Heverton em campo, e precisou a vaca estar indo para o brejo para dar chance a Branquinho.

Alguém vai dizer que sou contra a base. Enganou-se, o Atlético produz jogadores de ótima qualidade, como Neto, Manoel, Rhodolfo, Chico, Deivid e Renan Rocha, só para falar dos mais recentes. Entretanto, nem todos serão aproveitados, essa uma realidade soberana. Jogar no Atlético é difícil, a torcida pega no pé, quer o craque de primeiro minuto, quer Jadson, Fernandinho, Dagoberto, foi mal acostumada.

A diretoria tem que entender o fenômeno, emprestar os em dificuldades, ir colocando os novatos aos poucos, de preferência em jogos fora, onde a pressão é nula e baixa a responsabilidade pela vitória.

Esqueci o Fransergio? Em absoluto. Fransergio tem qualidade no passe, tem que melhorar muito no desarme e jogar com intensidade, usar o corpo, pedir a bola, ser patrão do jogo. Passar, o mais difícil, sabe fazer, o resto depende de vontade, soltar-se, ser sucesso ou não. As chances estão aí. Vai ter que decidir. Para estimular, eu o teria deixado em campo e mandado Robston para o chuveiro muito mais cedo. Robston é um caminhão em corrida de fórmula um.

Mesmo rondando a Baixada há tempos, Adilson está aprendendo o Atlético agora. Conhecer seus jogadores é um dos seus principais compromissos. O Paranavaí foi duríssima lição que esperamos tenha trazido inúmeros ensinamentos ao treinador, principalmente nesse aspecto.

Estivemos muito perto de dar o vexame do século. O banco e a individualidade de Adailton salvaram o Adilson, o Atlético e a Gralha.


Nenhum comentário:

Postar um comentário