O goleiraço Marcos é
curto e grosso: “Respeitem nosso adversário, jamais um clube da grandeza do
Atlético Paranaense entregaria um jogo. Se quisermos nos livrar dessa situação
temos que jogar muito e não esperar facilidades”. Marcos é assim, realista, profissional,
palmeirense doente, sem papas na língua, quando ele estiver falando, escute. Ter
o respeito de São Marcos é um orgulho.
Marcos era o goleiro do
Verdão em 96, primeira vez que o Furacão venceu o Palestra no Nacional. Gols de
Rink e Ozéias na Baixada velha, público de 22500 torcedores. Saí do campo pela
Buenos Aires, peguei à direita na Brasílio, um palmeirense fardado em Parmalat
passou por mim, eu lasquei um inocente “bela camisa Fernandinho” e a mulher do
brócoli quase me bateu. Saudades do jogo e do público maravilhoso.
O Atlético entra em
campo sem Hernani, Sueliton e Marcelo. Quem joga? Otávio substitui Hernani, seria
justo ver a despedida de João Paulo, Mário Sérgio e certamente Marcos
Guilherme. Fora a ausência de Marcelo, não vejo mudanças significativas. Os que
entram estão jogados, acostumados ao esquema, já passaram por bons e maus
bocados, sabem jogar fora de casa. Quando Marcos orienta os palmeirenses a
esperar “um jogo com muita dificuldade” está cheio de razão.
O Palmeiras vai para o
jogo com um treinador já despedido, contratações castelhanas milionárias no
banco, Valdívia com fôlego para vinte minutos, o centenário em risco, a nova
arena pesando uma tonelada, a torcida pronta a desandar a maionese. As noites
são longas, a semana custa a passar para o alviverde. As dificuldades são
muitas, técnicas, táticas e psicológicas. É assim mesmo, bobeou, deixou para a
última rodada, o sofrimento é dobrado.
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