sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O SOFRIMENTO É DOBRADO

O goleiraço Marcos é curto e grosso: “Respeitem nosso adversário, jamais um clube da grandeza do Atlético Paranaense entregaria um jogo. Se quisermos nos livrar dessa situação temos que jogar muito e não esperar facilidades”. Marcos é assim, realista, profissional, palmeirense doente, sem papas na língua, quando ele estiver falando, escute. Ter o respeito de São Marcos é um orgulho.
Marcos era o goleiro do Verdão em 96, primeira vez que o Furacão venceu o Palestra no Nacional. Gols de Rink e Ozéias na Baixada velha, público de 22500 torcedores. Saí do campo pela Buenos Aires, peguei à direita na Brasílio, um palmeirense fardado em Parmalat passou por mim, eu lasquei um inocente “bela camisa Fernandinho” e a mulher do brócoli quase me bateu. Saudades do jogo e do público maravilhoso.
O Atlético entra em campo sem Hernani, Sueliton e Marcelo. Quem joga? Otávio substitui Hernani, seria justo ver a despedida de João Paulo, Mário Sérgio e certamente Marcos Guilherme. Fora a ausência de Marcelo, não vejo mudanças significativas. Os que entram estão jogados, acostumados ao esquema, já passaram por bons e maus bocados, sabem jogar fora de casa. Quando Marcos orienta os palmeirenses a esperar “um jogo com muita dificuldade” está cheio de razão.
O Palmeiras vai para o jogo com um treinador já despedido, contratações castelhanas milionárias no banco, Valdívia com fôlego para vinte minutos, o centenário em risco, a nova arena pesando uma tonelada, a torcida pronta a desandar a maionese. As noites são longas, a semana custa a passar para o alviverde. As dificuldades são muitas, técnicas, táticas e psicológicas. É assim mesmo, bobeou, deixou para a última rodada, o sofrimento é dobrado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário