sábado, 21 de novembro de 2015

O MAIS CHATO DO MUNDO

O 7 a 1 levou alguns brasileiros a fazer uns cursinhos de futebol na velha Europa, visitar o Barcelona, o Madrid, voltar de lá encantados com a ideia de futebol presente nos maiores clubes do mundo. Vão lá para aprender e voltam babando, em delírio, treinadores que ganham 400 mil por mês descobrem não saber nada, foram sempre aprendizes ganhando como pais da matéria. Enfim, nossos clubes jogaram dinheiro fora anos a fio.

Tenho minhas reticências a tudo que escuto sobre esse encantamento de nossos viajantes. Um dos meus principais questionamentos se refere à tal ideia de jogo. Vou exemplificar. A ideia de jogo do Barcelona é o 433, todos os seus times, de todos os níveis, jogam no 433, o jogo coletivo, o passe é a prioridade. Acho isso ótimo para o Barcelona. Passam-se gerações e quando ele descobre que a base pouco produziu para formar o time de cima vem ao Brasil e leva o Neymar, vai ao Uruguai e leva o Suarez. Assim é fácil.

O passe e o coletivo são a base do jogo, quem não souber passar a bola, jogar coletivamente está fora. O que leva à vitória são os magos, os decisivos, aqueles que num lance, num drible, num passe genial decidem o jogo. Esses foram os jogadores que nos levaram ao pentacampeonato, Pelé, Garrincha, Tostão, Gerson, Romário, Rivaldo, Ronaldo, quando perdemos Neymar e enfrentamos a Alemanha com nossos cabeças de bagre tomamos de sete, só de sete, em casa.

Penso que o copia e cola que o Brasil está adotando como a salvação da lavoura só levará à idiotização do nosso futebol e a salários ainda maiores para os nossos catequizados. Temos que dar liberdade aos nossos meninos, deixar driblar, incentivar a criatividade, a visão de jogo, o aproveitamento de espaços. No jogo entre Atlético e São Paulo pela Sub-20 nada vi de especial. A luta pela posse de bola, o passe certo, o gol sai no erro do adversário, a bola parada é fundamental. Se eu estiver certo, vamos transformar o futebol brasileiro no mais chato do mundo. 

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