O 7 a 1
levou alguns brasileiros a fazer uns cursinhos de futebol na velha Europa,
visitar o Barcelona, o Madrid, voltar de lá encantados com a ideia de futebol
presente nos maiores clubes do mundo. Vão lá para aprender e voltam babando, em
delírio, treinadores que ganham 400 mil por mês descobrem não saber nada, foram
sempre aprendizes ganhando como pais da matéria. Enfim, nossos clubes jogaram
dinheiro fora anos a fio.
Tenho minhas
reticências a tudo que escuto sobre esse encantamento de nossos viajantes. Um
dos meus principais questionamentos se refere à tal ideia de jogo. Vou
exemplificar. A ideia de jogo do Barcelona é o 433, todos os seus times, de
todos os níveis, jogam no 433, o jogo coletivo, o passe é a prioridade. Acho
isso ótimo para o Barcelona. Passam-se gerações e quando ele descobre que a base
pouco produziu para formar o time de cima vem ao Brasil e leva o Neymar, vai ao
Uruguai e leva o Suarez. Assim é fácil.
O passe e o
coletivo são a base do jogo, quem não souber passar a bola, jogar coletivamente
está fora. O que leva à vitória são os magos, os decisivos, aqueles que num
lance, num drible, num passe genial decidem o jogo. Esses foram os jogadores
que nos levaram ao pentacampeonato, Pelé, Garrincha, Tostão, Gerson, Romário,
Rivaldo, Ronaldo, quando perdemos Neymar e enfrentamos a Alemanha com nossos
cabeças de bagre tomamos de sete, só de sete, em casa.
Penso que o
copia e cola que o Brasil está adotando como a salvação da lavoura só levará à
idiotização do nosso futebol e a salários ainda maiores para os nossos catequizados.
Temos que dar liberdade aos nossos meninos, deixar driblar, incentivar a criatividade,
a visão de jogo, o aproveitamento de espaços. No jogo entre Atlético e São
Paulo pela Sub-20 nada vi de especial. A luta pela posse de bola, o passe
certo, o gol sai no erro do adversário, a bola parada é fundamental. Se eu
estiver certo, vamos transformar o futebol brasileiro no mais chato do mundo.
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