quinta-feira, 19 de maio de 2011

A BOCA DO TÚNEL DIRÁ

O Brasileiro chegou, está aí, batendo na porta, as dúvidas martelando os corações rubro-negros, cansados de maus começos, exaustos com indefinições do elenco, temerosos com os primeiros embates que a tabela madrasta nos reserva.
Galo fora, Grêmio em casa, Palmeiras no Canindé e Flamengo na Baixada são os primeiros adversários do Furacão, um mês de jogos duríssimos em que se definirá o rumo da batalha, lutar pela Libertadores ou mourejar para não cair.
Pois valente rubro-negro, rubro-negro de aço, no momento de ultrapassar a linha de partida, a tua alma imbatível estará, com certeza, como a minha, cheia de fé e de esperança. Já me esparramei em lamentos, já atirei nos erros, já apontei desacertos, já escancarei retardos.  Agora, é vestir a camisa apaixonante, esquecer problemas e juntar-se aos onze do Pezão na caminhada rumo ao título.
Assisto muito futebol e acredito no esporte futebol, na sua valorização do coletivo.
O Atlético tem deficiências? Claro que tem. Todos têm. Começar bem será mais fruto do esforço conjunto, que da presença de nomes conhecidos na lista de convocados.
O Adilson diz: “A prioridade é do meio para frente. Está difícil construir, criar”, ao garantir que a prioridade é o ataque. Repete o conhecimento geral, construir sempre será mais difícil, mas, às vezes, a colocação de um único tijolo pode dar passagem à vitória, desde que a areia que o apoia consiga suportar a ventos e tempestades sem deslizes.
Por isso, sou um admirador do trabalho defensivo. Na defesa encontra-se a máxima valorização do trabalho coletivo. De Nieto a Renan Rocha todos têm papéis bem definidos a desempenhar, marcações a cumprir, coberturas a realizar. O apoio mútuo, os noventa minutos, garante a invulnerabilidade, mãe extremosa da confiança para atacar.
Se acredito na defesa e o professor prioriza o ataque, por que tenho tanta fé e esperança?
Volto às palavras de Adilson ao apresentar seu pensamento defensivo: “Procuro passar a maneira que gosto de trabalhar o posicionamento... São bons jogadores e vem se dedicando. Eles têm o apoio dos outros, colocamos mais gente no meio para ajudá-los. Cobramos recomposição, combate melhor desde lá na frente e isso facilita o trabalho.”
É isso Adilson, coletivo, a prioridade real é o coletivo.
Meu ânimo se reforça com as palavras de Rafael Santos: “O Adilson vem dando moral, principalmente para nós ali atrás, para que a gente saia com a bola tocada no chão.” Ponto para o treinador. O Atlético só arrancou para o 5º lugar em 2010 quando Carpegiani fez Rhodolfo passar com qualidade, deixando de dar bolada em gandulas e torcedores de primeira fila. A saída de bola com segurança e precisão é fundamental para o sucesso ofensivo.
Enfim, estou de acordo com todo o trabalho de campo do capitão América.
O pouco que me preocupa vem do extracampo. Determinado atleta ter que jogar, a distribuição da camisa não ser pautada exclusivamente pelo rendimento profissional. Adilson já está meio rodado para ter “jogador que gosta muito”, insistir em erros desnecessários.
Nem vou pensar nisso. Até sábado estou de sangue doce, a pressão doze por oito. Se isso vai mudar, só a boca do túnel dirá.

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