quinta-feira, 12 de maio de 2011

VITÓRIA NOS PÊNALTIS

O dia amanheceu glorioso. As notícias do esporte saborosas. No Vasco, tudo como dantes no navio dos almirantes. Ricardo Gomes é um homem conservador. Uma de suas frases colhidas entre tantas entrevistas define bem sua posição: “o antigo é o que dá certo”. Destarte, para usar termo de acordo com o treinador, o que vem da colina nada mais é que o esperado.
A entrada de Eduardo Costa no lugar de Felipe Bastos dá ao Vasco maior segurança defensiva. O cuidado com as bolas paradas do Atlético e o treinamento da cobrança de pênaltis necessidades que um técnico responsável teria que tomar. As substituições obrigatórias de Alecsandro por Bernardo e de Ramon por Márcio Careca também tem importância para um esquema preocupado com a defesa e o contra-ataque.
Bernardo recompõe melhor a defesa que Diego Sousa. Assim, empurra-se o seu Sousa para o ataque, onde gosta de jogar, e coloca-se Bernardo como vértice avançado do losango do meio campo, formado por Rômulo na frente da zaga, Eduardo Costa pela direita e Felipe pela esquerda. Bernardo defende e ataca na vertical do gol para tabelar com Diego, ou entrar na área na individualidade buscando o penal, ou, ainda, jogar pelos lados do campo, para prender a bola, gastar o tempo.
Márcio Careca na lateral esquerda ficará mais dedicado à marcação, enquanto Allan terá liberdade para atacar, fazer dupla com Eder Luis pela direita, ação que já nos causou tantos problemas em Curitiba. Eduardo Costa cobre a subida de Allan.
O posicionamento avançado de Diego Souza e a rapidez de Bernardo e Eder Luis permitem o eficiente contra-ataque, servidos pelos lançamentos precisos de Felipe. É clara a intenção de Ricardo Gomes.
Atacar em início de jogo para agradar ao torcedor, com o passar do tempo recuar, esperar o Atlético e contra-atacar. Foi assim contra o Náutico em São Januário, após fazer três a zero em Recife. O pernambucano chegou ao Rio com apenas três titulares e voltou com um empate de zero a zero. O inimigo é conhecido e repetido.
O que eu sei, Adilson Batista sabe muito mais, ganha uns seis dígitos para saber, tem a turma de Adrianópolis para ver e informar.
O dois a dois em casa criou difícil situação. Vencer ou empatar com placar elevado é o objetivo do rubro-negro. O amigo atleticano conhece uma quase que certeza no atual Furacão: o time leva gols. Esperar vencer por um a zero é ajoelhar e pedir pelo milagre. Será mais racional procurar o ataque, fazer gols e deixar a partida tomar rumo, a torcida pegar no pé, deixar o vento das arquibancadas lançar a nau vascaína contra o rochedo.
Esta é excelente ocasião para se conhecer o técnico rubro-negro. Ele vai manter na equipe jogador de baixíssimo rendimento? Vai alertar, mas não vai cobrar durante o jogo a marcação de Eder Luis? Vai deixar Felipe livre? Vai continuar com os escanteios no interior da pequena área onde Fernando Prass domina o espaço aéreo? Vai colocar o time para jogar os noventa minutos com intensidade? Vai escolher a melhor estratégia?
Começo o jogo com essas questões para observar, mais para acalmar os nervos, tirar o foco da angústia. Acho que vai dar tudo certo, vamos passar para a semifinal. Se tivesse que apostar, apostaria em tudo que meu coração menos deseja. Colocaria minhas fichas num dois a dois e vitória nos pênaltis.

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