sábado, 7 de maio de 2011

A HARMONIA NO EXÉRCITO

“Sem harmonia no Estado, nenhuma expedição militar pode ser garantida; sem harmonia no exército, não pode haver formação de batalha”
                                                                                                                                             Sun Tzu
Um dos principais inimigos da harmonia no clube é o tratamento impróprio das relações com a imprensa. Necessitado de cumprir suas pautas, o repórter corre atrás de todos os rumores existentes, farejando problemas, os principais motivadores da aquisição de jornais e do acréscimo das audiências de rádio e televisão. Trata-se de procurar o desentendimento, a desavença com o treinador, o inconformismo com as ações da diretoria, o atraso salarial, algo que possa gerar a manchete de primeira página.
Para reverter esse quadro perigoso para o moral da tropa, o setor de imprensa de qualquer equipe deve ser hábil para resguardar a instituição dos efeitos maléficos da mídia, aproveitando tudo aquilo, e é muito, que ela pode oferecer na promoção de jogos, na publicidade de jogadores e na manutenção da torcida bem informada sobre a realidade vivenciada pelo clube.
O presidente e seus assessores são os responsáveis por criar e sustentar um trabalho de comunicação produtivo, baseado na plena integração com o público externo.
Não só de boas relações com a imprensa depende a harmonia da organização. O zelo especial com a torcida, a condução de logística mantenedora dos melhores níveis de treinamento e de movimentação para os jogos, o estabelecimento de um sistema de premiações e seu fiel cumprimento, salários em dia e o cuidado efetivo e bem demonstrado com o bem-estar das famílias dos atletas são alguns dos fatores a contribuir para a almejada harmonia.
Além desses aspectos, será essencial a escolha de treinador competente, que conheça em profundidade as artimanhas do futebol jogado e valorize os conceitos da justiça, da disciplina e da hierarquia como pilares básicos na condução de seus atletas.
Da sua atuação justa e honesta dependerá o equilíbrio do grupo no desempenho responsável e voluntarioso de suas tarefas. Essa vontade, esse ânimo para jogar será fonte perene de suas apreensões, pelo entendimento claro de que a iniciativa propiciadora da desejada força ofensiva tem como um de seus principais alicerces o valor moral de sua tropa.
A contratação de atletas é mais um aspecto importante no dia a dia sem aborrecimentos. Jogadores que se revelaram problemas em outras equipes, lideranças negativas, campeões da vida noturna, mal articulados em suas declarações à imprensa, violentos ou arrogantes, devem ser preteridos em proveito de outros de melhor caráter.
Craques consumados possuidores dessas características, necessários à melhoria significativa do rendimento da equipe, devem ter suas contratações muito bem analisadas, e, caso sejam incorporados ao grupo, um esquadrão de vigilância deverá cuidar de todos os seus passos. Um mau proceder desses cidadãos poderá fazer desandar o entusiasmo de todo o elenco.
A preocupação com a quebra do moral da tropa via interferência externa, criou a ideia do “grupo fechado”. Difícil conseguir um “grupo fechado” por longo tempo. Possível em torneios curtos, fases finais de competição, mas não em campeonato longo como o brasileiro.
Será mais fácil resguardar-se dos obstáculos contra a imprescindível harmonia dispondo de treinador de primeiro nível, bem contratando, cumprindo cláusulas contratuais, usando a disciplina, a hierarquia e a justiça em doses cavalares, preservando a verdade na relação com a imprensa e vencendo para manter a torcida em constante clima de imorredoura paixão, tudo para que, com apenas um gesto, uma palavra, uma injustiça, uma desconfiança, não se jogue fora todo o trabalho e investimento realizados.
(A HARMONIA NO EXÉRCITO é artigo do Capítulo IV – O VALOR MORAL DA TROPA – do livro SUN TZU E A ARTE DO FUTEBOL, de autoria de Ivan Monteiro, registrado na Biblioteca Nacional sob número 329.967 – livro 605 – folha 127 –, não publicado e em constante atualização)

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