PEZÃO ESQUERDO

Adilson Batista é difícil de aguentar. Pelas declarações você até acredita que algo de bom vá acontecer. Quando o time entra em campo, você percebe como estava enganado. Desta vez, o glorioso Pezão resolveu entrar com quatro volantes. É paixão que deve ter origem nos seus tempos de zagueiro. Foi tão protegido, tão beneficiado pelos botinudos que se sente no dever escalar todos os disponíveis.

Adilson com suas armações e escolhas no mínimo infelizes, gosta de jogar os primeiros quarenta e cinco minutos na lata do lixo. Com toda a armação defensiva, aos trinta já perdia de dois a zero. E a prioridade nas contratações está no ataque, procuramos atacantes, estamos doidos para trazer o bonde do Ricardo Bueno, sem vez no Galo. Parece até que temos uma gamela de zagueiros de excelente qualidade, não temos uma avenida pelo setor esquerdo.

 Além disso, por que atacantes se o técnico não usa. Temos Madson, temos Branquinho, temos Adailton, temos Nieto, todos excluídos do jogo, e continuamos atrás de atacantes. Alguém me belisque. Isso deve ser um pesadelo.

Cada vez mais acho que o Atlético está sendo vítima de um complô.

O segundo tempo começa e Adilson coloca Adailton, um jogador que ele gosta demais, no lugar de Cleber Santana. Dorival Junior já define dois para marcar o guri, pode, seu time está longe na frente. O Atlético chega ao ataque, cria chances e fica por isso mesmo.

Não consigo enxergar nada de bom. Marcelo Oliveira no ataque não ajuda em nada, da defesa não participa, o Galo cansa de chegar pela direita, sempre com jogador desmarcado e lá vai o pobre Deivid para dividir, jogar para escanteio, salvar a lavoura em chamas. Marcelo Oliveira pode até vir a substituir Paulinho na esquerda, só não pode é fazer o que não sabe, jogar sem espaços, armar o Atlético.

Paulo Roberto não desarma ninguém, sabe passar, e de que adianta. Metido a craque, por vezes comete umas irresponsabilidades na frente da área. Tudo bem, é outro que o professor Adilson gosta muito.

Guerron vai para a direita, Adailton pela esquerda e ninguém no meio para finalizar. As bolas atravessam a área intocáveis.

Sai Baier, entra Madson. Algum anjo bom ficou com pena de nós rubro-negros e soprou no ouvido do amigo dos quebra-bolas. Madson e Branquinho não podem ficar fora deste time. Pode até sair Paulo Baier, mas os dois têm que jogar, assim como Nieto.

O Atlético vai substituir. Quem será? Wendel no lugar de Rômulo. Alguém viu necessidade? Se viu, por favor, me manda um email. Aiaiai! Três a zero.

Temos no elenco alguns jogadores nota sete e um balaio de nota cinco. Adilson vai até o balaio e carrega os nota cinco. É óbvia a sua demissão do Santos iniciada na padaria da esquina do CT do peixe. Caso não acontecesse, o Neymar iria acabar no banco.

Não vou ouvir sua entrevista de fim de jogo. Não tenho estômago para ouvi-lo dizer que o Atlético precisa qualificar. Tem, precisamos de zagueiros com urgência. Precisamos também de um técnico que saiba escalar, não invente a cada partida, escale um time e o mantenha por série de encontros, até obter o desejado padrão de jogo. Enfim, que justifique os milhares de reais do salário e a maracutaia da demissão do Geninho.

O melhor segundo tempo do Atlético, impossível falar dos primeiros tempos, foi contra o Vasco em Curitiba. É bom começo para os trabalhos da semana.

De toda a desgraça, de todo o choque que o Ibiapina deve ter levado nos seus sonhos de campeão, de toda a bobagem assistida, tenho uma menção honrosa para Deivid. Marcou pelos dois lados, salvou situações de perigo, chegou à frente, chutou a gol, foi um verdadeiro rubro-negro. Renan Rocha teve também boa atuação. Vamos ver se Márcio é outro jogador que o professor gosta muito.

Como já falei aqui, o Atlético é cansativo na repetição de erros. Vou tomar taça de um bom vinho, tentar tornar este final de noite mais agradável. Afinal, meu encontro com da lua foi com o pezão esquerdo.