sábado, 14 de maio de 2011

CARTÃO DE CRÉDITO

O Brasil está nas mãos da canalha. Alguém duvida? Leio a notícia que afasta Curitiba da Copa das Confederações e encontro as seguintes palavras do senhor Rodrigo Paiva: “O presidente do Atlético deve estar causando mais problemas para vocês do que esta notícia [da escolha das sedes]”, soltou. Questionado sobre a afirmação, ele alfinetou. “Já começou a obra aí?”
O diretor de comunicação, que devia dar explicações sobre a propina solicitada pelo faraó da CBF para dar seu voto favorável à Copa 2018 na Inglaterra, resolveu mostrar seu cinismo, e tripudiar em cima dos curitibanos. Já tivemos mais coragem. Quem sabe devêssemos soltar a nossa Yara-rebenta-vascaíno para dar resposta adequada a esse carioquinha que há anos transita na função de enrolador oficial do principal e mais lamentável órgão do futebol brasileiro.
Essa canalha é a mesma que paparicava o Dunga em todas as vitórias e, na derrota, abandonou o mal-educado. Em entrevista com o glorioso Galvão Bueno, o faraó, com a risonha aquiescência do leitor de mentes, sacaneou o treinador, foi debochado, foi cínico. Como diz o gaúcho, “me tapei de nojo”.
Em vez disso, trememos, lamentamos o afastamento da cidade do rol das cinco escolhidas para sediar a copa preliminar, como se politicamente Curitiba fosse mais importante que Rio, Porto Alegre, Brasília, Salvador e Minas Gerais. Senhores, não é. Se a Copa 2014 fosse pensada para um máximo de cinco sedes, como deveria ser, estaríamos fora desde o primeiro dia.
Nossos principais políticos tomam gravadores de jornalistas, apresentam projetos para pagar mais pela energia de Itaipu para o Paraguai. Um orgulho para o Estado. Como é mesmo nosso hino: "Paraná serás luzeiro..." Com essa tralha?
O presidente do Atlético, que deveria dar dura resposta em rede nacional, prefere ver o lado prático da notícia. Em fim de gestão, se empurrar a obra para o ano vem, afasta o problema do caminho e tem tempo para negociar sem apuros com construtoras e afins. Para ele, a informação do Jornal Nacional caiu do céu. Feliz, cria comissão de oito conselheiros para acompanhar os assuntos da Copa. Criar uma comissão significa empurrar com a barriga.
Por outro lado, o Presidente da Associação da Indústria de Hotéis do Paraná lamenta a perda de “milhões de dólares”. Milhões de dólares que eles vão ganhar. Gostaria de saber se a brava associação já comprou um saco de areia para colocar no Joaquim Américo.
Acho que Malucelli não adotou a ideia da Arena para 2014 como deveria. Foi sempre esquivo, em desacordo com a responsabilidade assumida pelo clube. Medroso, fica à mercê do carioquinha petulante, diminui a imagem do Atlético e dos paranaenses. Quando luta pelos interesses financeiros do rubro-negro, negando-se ao endividamento absurdo, tem o meu apoio.
O Atlético não pode ser o pai da noiva, bancar o festim e estourar o cartão de crédito.

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