segunda-feira, 9 de maio de 2011

BRANQUINHO EM CAMPO

A Baixada vazia me obrigou a assistir ao jogo Cruzeiro e Atlético Mineiro – o Galo é o nosso primeiro adversário no nacional –, só para aprofundar meu conhecimento sobre o genérico em constante mutação. Dorival Junior montou time novo para ganhar da raposa na primeira partida da final mineira, cheio de meninos da base, volantes na sua maioria.
Para se ter ideia, Dorival foi obrigado a promover a prata da casa após a debandada de Diego Tardelli, Diego Souza, Jobston, Ricardinho e Zé Luis, os dois últimos acusados até de traição. Deu certo. O Galo ganhou.
Bonito de ver os volantes do mineiro forte e lutador. Marcam, atacam com velocidade, sabem conduzir a bola e passar com precisão. Seria melhor defini-los como bons armadores com competência para recuar, defender e retomar a bola.
Vendo por esse prisma é possível entender a opção de Adilson Batista por três volantes. Se eles souberem marcar e atacar, tudo bem. Você ataca trocando passes com qualidade na direção do gol e, finalizada a jogada, ou perdida a bola, retrai e rapidamente assume posição defensiva.
Que volantes rubro-negros poderiam cumprir as duas missões com eficiência? Robston impossível, ele mesmo diz estar jogando 50% da sua capacidade, se é assim, vá treinar e ficar em condições de ajudar o mais rápido possível. Não me venham com essa de colocar jogador para ganhar ritmo de jogo em decisão.
Vivos sobram Wendel, Deivid, Paulo Roberto e Fransergio. Vamos escolher os três primeiros. Deivid fica mais na marcação, fechando o corredor de Eder Luis pelo lado de Paulinho, e Wendel e Paulo Roberto com mais liberdade, Wendel pela direita, Paulo Roberto pela esquerda. Gostou?
O problema é que ficamos apenas com três vagas para o ataque, ocupadas por Baier, Guerron e Madson. Sobrou Branquinho, o motor do Atlético no segundo tempo do jogo que acaba quarta-feira. E se escalássemos Branquinho no lugar de Wendel, dando-lhe segunda missão de marcar? É muito? Para responder, teríamos que conhecer a opinião do jogador e o pensamento de Adilson.
Quem conhece a mente do professor? Ele pode desejar manter o zero a zero inicial, deixar o Vasco preocupar-se com o um a zero que o elimina e, só lá pelo segundo tempo, entrar com formação mais voltada para o ataque. Pode, também, atacar desde o início e, se levar gol, continuar no ataque em busca da vitória ou do dois a dois, do três a três. São duas linhas de ação, opções possíveis de realizar.
A primeira tem desvantagem importante. Se mantido o zero a zero até os quinze minutos do segundo tempo, o gol do Vasco acontecer, pode tirar o time de campo. De nada adiantou o esforço. 
Para ter chances reais, o Atlético tem que fazer gol até o final da primeira fase em São Januário. Daí, tudo pode acontecer. Vencer ou empatar com placar dilatado.
A intenção de Ricardo Gomes é base do estudo de situação do técnico rubro-negro. A escolha de Adilson dita os onze a começar a partida. Assim, a partir de análise sem o conhecimento do que o Pezão chama de “dia a dia”, eu não tenho dúvidas. Branquinho em campo.

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