sexta-feira, 13 de maio de 2011

NUNCA MAIS

Ficamos no foi por pouco, quase, lutamos até o fim. Nada me consola. O Atlético perdeu a chance de chegar à semifinal da Copa do Brasil, com plenas condições de passar de fase. Agora estão todos procurando seus culpados. Guerron perdeu gol, Manoel permitiu o cabeceio, Renan Rocha poderia ganhar tempo na falta de Elton.
A derrota me faz voltar à dúvida companheira de muitos anos. O que faz um treinador ganhar milhares de reais por mês, repito, por mês, se não consegue enxergar as coisas mais óbvias de uma partida de futebol. Na coluna a “A vitória nos pênaltis”, escrevi o seguinte parágrafo.
“Esta é excelente ocasião para se conhecer o técnico rubro-negro. Ele vai manter na equipe jogador de baixíssimo rendimento? Vai alertar, mas não vai cobrar durante o jogo a marcação de Eder Luis? Vai deixar Felipe livre? Vai continuar com os escanteios no interior da pequena área onde Fernando Prass domina o espaço aéreo? Vai colocar o time para jogar os noventa minutos com intensidade? Vai escolher a melhor estratégia?”
Vou responder às minhas perguntas.
“Vai manter na equipe jogador de baixíssimo rendimento?” A resposta é sim. Robston estava lá, conduzindo a bandeira rubro-negra ao sair do túnel. Ele próprio declarou estar jogando 50% da sua capacidade. Não sou eu que estou dizendo. Aos vinte minutos levou amarelo, errava passes, nada produzia, mas, estava lá. É culpa do Robston? Claro que não, declarou estar mal. Adilson nos fez, outra vez, jogar o primeiro tempo com dez.
“Vai alertar para a marcação de Eder Luis?” A resposta é sim. Deivid ficou encarregado de marcar o ponta do Vasco e, quando cansou, foi substituído por Paulo Roberto na função. Ponto para Adilson. Neste aspecto, armou o time com correção e foi rápido para resolver problema no jogo em andamento.
“Vai deixar Felipe livre?” A resposta é não. Felipe esteve marcado durante todo o jogo, impedido de armar o Vasco. Outro ponto para Adilson.
“Vai continuar com os escanteios no interior da pequena área onde Fernando Prass domina o espaço aéreo?” A resposta é sim. Baier bateu os escanteios com perigo, porém, onde esperado, sem surpresas. Podia ter saído o gol? Claro, mas a probabilidade era mínima. Treina-se para criar opções. No jogo complicado, a novidade faz a diferença. Petkovic batia um no primeiro pau, dois no segundo, outro no pênalti. Baier e Adilson precisam conversar.
“Vai colocar o time para jogar os noventa minutos com intensidade?” A resposta é sim. O Atlético foi valente, alternou bons e maus momentos, lutou até o último minuto. 
“Vai escolher a melhor estratégia?” A resposta é não. Fácil dizer com o jogo terminado. Tivesse ganho, mantido o um a zero, estaria nos braços da galera. Escrevi na mesma coluna: “o time leva gols. Esperar vencer por um a zero é ajoelhar e pedir pelo milagre.” Só me faltou ajoelhar.
Precisando vencer, Adilson armou o time com um só atacante, Guerron, e o manteve o jogo todo nessa situação. Em nenhuma das substituições sacou volante para a entrada de armador. Nieto substituiu Guerron, Madson substituiu Branquinho. Por que não a manutenção de Branquinho e a saída de Deivid? 
Ao armar a equipe, Adilson fez aposta única, levar o jogo zero a zero para o segundo tempo, marcar e segurar o resultado. O amigo vai dizer que faltou sorte. Eu vou dizer, é muito pouco.
Adilson é o treinador do Atlético e deve conduzir a equipe até o final do ano, que fique bem claro. Para o bem de todos, tem que ouvir mais, ser menos cabeça dura, entender que existem outros esquemas, livrar-se da camisa de força dos três volantes, conhecer seus jogadores e montar a equipe conforme suas características.
A continuar assim, fica cansativo. O torcedor vai a campo ver a repetição de erros, a esperança restrita à bola parada, ao lance de sorte, aos quinze minutos que o decisivo sai do banco para mostrar sua graça.
O Atlético precisa qualificar e o ADILSON, urgentemente, TAMBÉM. Graças a ele, jogamos a chance fora. Entrar em semifinal da Copa do Brasil com Ceará, Avaí e Coritiba, nunca mais.

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