quarta-feira, 25 de maio de 2011

SOMOS UM GIGANTE

Se desavisado arma arapuca para pegar um falcão, pega, põe o bicudo na gaiola, é demais acreditar que a família rapina vá voejar serena sobre a casa do incauto predador. No mínimo, vai sobrar bicada para todo lado.
O mesmo acontece com o senhor Malucelli. Armou, se deu bem, agora tem que segurar o pião na unha, fazer pose e aguentar as consequências.
Dizer que a oposição é agressiva, prejudica o clube, é tentar justificar os inúmeros erros do departamento de futebol jogando a culpa no inimigo externo. Difícil errar tanto. Estamos no quarto treinador e sequer temos padrão de jogo ao final de maio.
Com a saída de Geninho, Malucelli atendeu à minúscula mídia rubro-negra, ansiosa por Adilson, agora está no corner, às voltas com um boca grande de escalações de arrepiar tático de primeira série, pífios resultados, entrevistas de chocar calouro de jornalismo.
De tudo que leio e escuto, não me parece que Petraglia tenha interesse no futebol do Atlético. Penso que o ex-presidente está focado na conclusão da Baixada, seu sonho maior, plataforma indispensável para o Atlético gigante que todos desejamos.
Malucelli tem que parar para pensar. O Boletim Nr 2 da Comissão Especial da Copa (CEC), por ele instituída, é preocupante.
Os textos abaixo, entre aspas, de autoria do senhor Antonio Carlos Bettega, membro da Comissão, estão transcritos no referido Boletim produzido pela CEC após encontro na semana que passou.
“Debatemos pontos que incluem uma série de questionamentos que deverão ser respondidos pelos responsáveis pela obra”. Tudo bem, mas não seria melhor perguntar primeiro para o Petraglia, que entende tudo de Arena?
“Entendemos que o Conselho Deliberativo do CAP é a instância máxima dentro do clube e quem deve decidir o modelo a ser adotado para as obras de reforma e ampliação da Arena visando o mundial”. Alguém ainda tem dúvida sobre a quem cabe a decisão sobre o assunto?
“Não obstante a Comissão ter sido criada com esses fins," – a autônoma Comissão é formada por conselheiros convidados a acompanhar as deliberações e tratativas da Diretoria do CAP quanto às obras na Arena – "pretendemos que na reunião extraordinária do próximo dia 31 de maio, os integrantes do Conselho Deliberativo apóiem, em sua maioria, os nomes que compõe a Comissão. Destaque-se que o Conselho Deliberativo é o órgão estatutariamente competente para deliberar soberanamente sobre o modelo definitivo a ser adotado para a conclusão das obras na Arena. Portanto, necessariamente, o assunto deverá ser aprovado pelo Conselho Deliberativo.” É parágrafo para ler e reler.
Entendi que a Comissão criada pelo Presidente procura respaldo no Conselho Deliberativo para acompanhar as tratativas da diretoria do CAP quanto às obras na Arena. É isso mesmo? Só a nomeação presidencial não basta? Há dúvidas sobre autoridade dentro do Atlético?
Confesso que tenho problemas com português desde que o mestre colocou na lousa trecho dos Lusíadas, que ia muito além da Taprobana, e me perguntou qual era a oração coordenada assindética. Fiquei traumatizado para o resto da existência. Por isso leio, releio e fico cheio de indagações.
Malucelli é douto em leis, sábio na interpretação de textos carregados de armadilhas, deve olhar minhas preocupações com tolerância. Assim espero.
A vida me ensinou a evitar zonas cinzentas, falta de clareza, muitos caciques para poucos índios, índios sem capacidade para interpretar a missão.
A reunião do dia 31 deve ser espaço aberto para todos colocarem suas opiniões, inclusive o Petraglia, e produzir um comunicado simples e claro que defina para a gente rubro-negra o futuro do Atlético. Chega de divisões, dúvidas, roupa lavada diariamente, a imprensa local, hoje muito mais interessada no futebol de São Paulo e Rio de Janeiro, ansiosa por fofocas que nos levem à perda da Copa, à segunda divisão.
Ninguém, além de nós rubro-negros tem interesse no nosso crescimento. Nunca a tolerância foi tão necessária. Divididos não somos nada. De mãos dadas, com objetivos claros, missões distribuídas, autoridade firme, somos um gigante.

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