sábado, 28 de junho de 2014

HOJE PRECISAMOS

Estou voltando da Ouvidor Pardinho, onde fui dar minha caminhada matinal, as pernas mais baleadas que “talba de tiro ao álvaro”, quando dois jovens castelhanos me perguntam onde fica a Arena da Baixada. Minha primeira reação é colocar a mão sobre o ombro e perguntar assustado: “Uruguaios?”

Os mochileiros riem e se identificam. Um paraguaio, outro chileno. Estanho os olhos para o chileno e digo: “Que mala suerte hermano”. O rapaz dá uma gargalha e ataca: “No! No! Onze contra onze!” Tenho que concordar, no esporte da Brazuca não tem jogo ganho.

Vamos tagarelando na direção da Arena, informo que eles estão se aproximando do Atlético Paranaense, o melhor clube do Brasil, o paraguaio lembra Julio dos Santos do seu Cerro Porteño, faço uma média, classifico de craque, elogio sua curta passagem pelo Furacão.

Despeço-me dos hermanos na esquina da Brigadeiro, indico o contorno da praça para que eles possam apreciar melhor a frente do colosso. Desejo boa sorte no jogo e sigo para casa. Passo em frente ao restaurante e lá está a placa: “Sábado deliciosa feijoada”.

Decididamente, hoje não é dia de feijoada. Um almocinho leve, recomendo um escondidinho de bacalhau, um bom vinho chileno, estou pensando num Coseja Tarapaca, a uva pode ser a Carmenère, bonzinho e baratinho, de sobremesa um pudim de leite.  Depois é se jogar na poltrona e esperar para ver o Fernandinho jogar.

Jogo para duas aspirinas grandes, um onze contra onze cheio de castelhanos do outro lado. Um perigo. Lembro da guia turística que me levou a conhecer Santiago e em papo sobre futebol disse desconsolada: “Mesmo quando não precisam vocês ganham da gente”. Torço para que ela esteja certa. Hoje precisamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário