Os mochileiros riem e se identificam. Um paraguaio, outro chileno. Estanho os olhos para o chileno e digo: “Que mala suerte hermano”. O rapaz dá uma gargalha e ataca: “No! No! Onze contra onze!” Tenho que concordar, no esporte da Brazuca não tem jogo ganho.
Vamos tagarelando na direção da Arena, informo que eles estão se aproximando do Atlético Paranaense, o melhor clube do Brasil, o paraguaio lembra Julio dos Santos do seu Cerro Porteño, faço uma média, classifico de craque, elogio sua curta passagem pelo Furacão.
Despeço-me dos hermanos na esquina da Brigadeiro, indico o contorno da praça para que eles possam apreciar melhor a frente do colosso. Desejo boa sorte no jogo e sigo para casa. Passo em frente ao restaurante e lá está a placa: “Sábado deliciosa feijoada”.
Decididamente, hoje não é dia de feijoada. Um almocinho leve, recomendo um escondidinho de bacalhau, um bom vinho chileno, estou pensando num Coseja Tarapaca, a uva pode ser a Carmenère, bonzinho e baratinho, de sobremesa um pudim de leite. Depois é se jogar na poltrona e esperar para ver o Fernandinho jogar.
Jogo para duas aspirinas grandes, um onze contra onze cheio de castelhanos do outro lado. Um perigo. Lembro da guia turística que me levou a conhecer Santiago e em papo sobre futebol disse desconsolada: “Mesmo quando não precisam vocês ganham da gente”. Torço para que ela esteja certa. Hoje precisamos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário