segunda-feira, 30 de junho de 2014

A INSUBSTITUÍVEL LIBERDADE

O brasileiro otimista já esqueceu o sofrimento chileno e olha para a Colômbia como o atleticano olha o São Paulo em casa, três pontos na carteira, salto certo para a semifinal. Espia a continuidade e encara França e Alemanha, que jogam hoje, como prováveis adversários. Dá de ombros e repete “quem quer ser campeão não escolhe adversários”.

Eu gostaria de saber o que pensa o treinador colombiano do encontro de sexta com o Brasil, o que pensam alemães e franceses da possibilidade de enfrentar a Canarinho na semifinal. Certo é que as últimas exibições brasileiras lhes colocou na ponta da língua o “sim, é possível”.

Nem a torcida imensa bota medo. Desarticulada, sofrendo com as más apresentações, vacila e fica no “eu sou brasileiro...”. O torcedor chorando ao lado do campo parece ter virado um peso psicológico a mais para o grupo, uma ajuda inesperada para colombianos, gregos e troianos.

Felipão vai ter que mudar. Os craques da mesa tática criaram duas soluções. A primeira utilizando três zagueiros, David Luiz poderia sair para o apoio, a segunda com três volantes. Não gosto de ambas, cheiram a medo.

Três zagueiros sem longo treinamento é um perigo, três volantes na seleção é um tiro na cultura nacional. As duas opções levam ao fortalecimento defensivo em matar ou morrer, prefiro tentar matar que espernear para não morrer, a bolada chilena na trave ainda me incomoda.

No meu pobre juízo, Felipão tem que manter seus dois volantes e liberar meias e atacantes para girar no ataque. A fixação de Hulk e Oscar como ponteiros bloqueia a subida dos nossos laterais, dificulta a saída de bola, facilita a marcação adversária. A movimentação obriga à falta, contra o Chile não tivemos uma boa para bater, possibilita o acúmulo de jogadores em setor do campo, facilita a transição, cria situações, agita a torcida.

Aí, se quiser dar vida ao time, troca Oscar por Willian, Daniel Alves por Maicon, mantém Fred por substituto de mesmo nível, dá a ele a liberdade para cair pelos lados.  É... escrevendo, escrevendo, acho que encontrei a palavra para resolver o problema.  A insubstituível liberdade.

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