segunda-feira, 25 de julho de 2011

ATO MENOR

Hoje pode ser o dia da decisão sobre a Arena FIFA 2014. Digo pode ser, porque não acredito que seja. O tema é complexo demais para ser decidido num roletrando tipo Silvio Santos.
O que transpira sobre o assunto vem da crônica especializada, como todos nós, meio sem norte. Uma hora denuncia a proposta das construtoras e coloca Petraglia como a salvação do Atlético. Dois dias depois, puxa o freio de mão, encolhe e sobe encima do muro. No fundo, parece refletir o vaivém de opiniões dos conselheiros, já com suas opiniões sendo formadas.
O que o povo atleticano deve exigir da reunião de logo mais?
Longas exposições das construtoras é o requisito básico. Impossível limitar o tempo para apresentações. O projeto comum deve ser demonstrado em detalhes. As fontes de recursos a explorar, a participação do Atlético, os prazos para conclusão, as pendências pós-construção, tudo deve ser colocado precisamente e questionado pelos conselheiros.
Depois das construtoras, o Conselho deve dar espaço para a apresentação do ex-presidente Petraglia, que deverá seguir o mesmo protocolo exigido das OAS e Triunfo. Para a apreciação da sua proposta, Petraglia deve ser visto como o construtor, o atleticano capaz de gerenciar a obra, passar à frente os títulos de potencial construtivo, conseguir empréstimos, visualizar o caminho para honrá-los. Qualquer visão diferente dessa será discriminatória, alheia aos interesses do Atlético.
Por sua vez, Petraglia tem que se entender em momento construtor. A campanha para a presidência, os problemas com a atual administração, o futebol, tudo deve ser deixado de lado. O foco é a obra, as explicações convincentes que possam derrubar as barreiras naturais à consecução do nosso sonho.
Óbvio, dada a importância do assunto, a presença da imprensa é fundamental, transmitindo ao vivo todo o encontro. O atleticano não pode admitir uma reunião a portas fechadas, transmitida a twitter por conselheiro mais animado.
Segundo o roteiro por mim imaginado, lá pelas onze horas da noite as apresentações estarão terminadas. Por certo, a presidência de posse de todos os dados das construtoras, já há algum tempo, opinará sobre os projetos.  Restarão os conselheiros entupidos de dados a deglutir. Impossível decidir sem um tempo para reflexão.
A decisão deverá ser postergada para nova reunião. Quem esperou até agora pode esperar por mais alguns dias, dando tempo para que dúvidas sejam sanadas, o povo rubro-negro conheça os detalhamentos e possa se manifestar publicamente. Até acho que a decisão poderia ser feita por referendo dos associados com direito a voto, não apenas restrita aos conselheiros.
Vejo em São Paulo o governo do Estado garantir 50 milhões do dinheiro público para o Itaquerão, a Prefeitura 420 milhões e me pergunto por que sofremos tanto por cento e cinquenta milhões, e ainda podemos entregar a administração de todo o patrimônio a uma empreiteira baiana por vinte anos.
Aceitar a proposta da OAS, seria passar o certificado de incompetência, não só do Atlético, mas de todos os paranaenses. Para quem assiste tudo a quilômetros de distância e já viu tanto ser construído com o próprio esforço, seria um ato menor.

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