quinta-feira, 21 de julho de 2011

VOU FICAR

Estou desde as vinte horas e dezenove minutos da última terça-feira em estado de graça. Nessa precisa hora, Lívia, a Magnífica, minha mais nova e querida neta veio ao mundo. Difícil encontrar algo que traga maior felicidade ao ser humano do que o nascimento de um filho, do filho de um filho. No meu caso, de minha adorada filha. Se já abdiquei do choro pelo infortúnio, ainda não consegui evitar as lágrimas ao me defrontar com o milagre da vida.
Os berçários estão cheios de milagres. Carecas, cabeludos, inchados, prontos para a foto, chorões, sonolentos, pobres e ricos comprovam a existência de Deus, fazem os corredores plenos de bons-dias, felicidades, sorrisos coroados pela inevitável Deus que abençoe. Os homens deviam visitar mais as maternidades, voltar ao princípio da vida, risonho e farto de esperanças.
Revigorado e curioso, volto ao computador neste final de tarde para sapear as notícias do meu rubro-negro.
O Renato treina o time, um volante a menos, encho-me de esperança.
A coluna do cronista expõe as propostas para a conclusão da Arena e, novamente, encho-me de esperança.
As propostas da OAS e da Triunfo, como ali estão expostas, são tão ruins, tão dilapidadoras do patrimônio rubro-negro, em curto e longo prazo, que aceitá-las é passar recibo de ignorância. Será impossível um Conselho minimamente responsável aceitá-las. A incompetência do inimigo vai nos salvar. A guerra será ganha sem o disparo de um tiro.
Bastará um movimento bem articulado junto aos conselheiros, pautado pela inteligência, no amor pelo Furacão, para que a proposta do ex-presidente Mario Celso Petraglia saia vencedora na próxima reunião do dia 25. Será a solução natural, econômica, preservadora dos recursos a serem gerados com a nova Arena única e exclusivamente pelo clube dono do patrimônio gerador da possibilidade da presença da Copa em Curitiba.
Acolhida a proposta de Petraglia, dada a incumbência da sua realização ao seu idealizador, divididas as responsabilidades no Atlético, a paz voltará a reinar, as obras terão início imediato.
Tudo está pronto para um final feliz. O único óbice para o sucesso é o amargor que os anos de desapontamentos submetem a alma humana. Carregada de pedras, a mochila da vida nos tira a flexibilidade, proíbe perdões, cria posições irredutíveis, transforma a simples concessão em derrota inconcebível. Tivéssemos aos sessenta anos o coração das crianças, tudo estaria resolvido. Os pequeninos são gigantes de espírito.
Os grandes homens do Atlético têm poucos dias para ponderar, um jogo de vida e morte no meio do caminho. Eu tenho fé na humanidade. Vai dar certo. Estarei lá, na frente da Arena esperando o resultado.
Desculpem. Pode ser que eu não vá. Se Lívia, a Magnífica, precisar do meu acalanto, do meu colo rubro-negro, do meu suave eôôô... eôôô... Atléticôôôô... vou ficar.

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