terça-feira, 5 de julho de 2011

TUDO É POSSÍVEL

Quando acabou o primeiro tempo de Atlético Mineiro e Internacional em Minas Gerais, ainda zero a zero, Richarlyson declarou que após o primeiro gol do Galo, queria ver a gauchada continuar marcando lá atrás. O resultado o amigo já sabe. Quatro a zero colorado.

Richarlyson viu outra partida. O Inter compacto na defesa foi sempre mais perigoso no ataque, Zé Roberto tomou conta do jogo nos primeiros vinte minutos. O Galo conseguiu equilibrar as ações, mas, depois de levar o primeiro, que Richarlyson queria a seu favor, desmoronou e foi goleado.

Bastou o professor Falcão empurrar o menino Oscar pouco mais à frente pela esquerda, juntar a ele D’Alessandro e Cleber e a casa mineira caiu, com direito a pãozinho de queijo.

O retrospecto do Inter nos últimos cinco jogos é excelente. Veja.


A FASE


PONTOS GANHOS

AMÉRICA-MG  2
INTER  4
3
ÚLTIMOS
INTER 2
PALMEIRAS  2
1
CINCO JOGOS
CORITIBA 1
INTER  1
1

INTER  4
FIGUEIRENSE 1
3

ATLÉTICO – MG 0
INTER  4
3


Falcão está olhando o Atlético como galinha morta, melhor, como picanha fatiada. De início, decidiu deixar de fora do jogo os craques da seleção sub-20 Juan e Oscar, mesmo com Ney Franco os tendo dispensado para a partida. Já contava com as saídas de D’Alessandro e Tinga, o primeiro por terceiro cartão, o segundo por lesão, como dizem os gaúchos. Estava sem quatro titulares e todo prosa. Ao final de ontem repensou e acredita-se Oscar vá para o jogo. A estatística comparada dá direito ao nariz empinado.


ESTATÍSTICA
INTERNACIONAL
ATLÉTICO
VITÓRIAS
3
0
EMPATES
3
1
DERROTAS
1
6
CLASSIFICAÇÃO E PTS
8º / 12
20º  / 1
GOLS MARCADOS
16
2
GOLS SOFRIDOS
8
13
FINALIZAÇÕES
95
100
PASSES CERTOS (1)
2000
2200
ROUBADAS DE BOLA (2)
170
160

(1)   Aproximado para centenas.
(2)   Aproximado para dezenas.

Mesmo contando com Oscar, o Inter tem três desfalques importantes. Os reservas têm qualidade, mas D’Alessandro é insubstituível, é o motor da equipe. Fará falta. Índio, o substituto de Juan, tem excelente entrosamento com Bolivar e já cansou de fazer gols da cabeça no Atlético. Bolatti não tem a mesma participação de Tinga, mas está bem jogado, entra com frequência e já foi titular na Libertadores. Ricardo Goulart é jovem, dizem muito bom, e tem entrado em finais de segundo tempo. O time pouco perde em entrosamento. Perde em qualidade individual.


O TIME








MURIEL








ESQUEMA
NEY
BOLIVAR

ÍNDIO
CLEBER
DA





DEFESA

BOLATTI

GUIÑAZU


RICARDO
GOULART
ZÉ ROBERTO

LEANDRO
DAMIÃO
OSCAR








RICARDO GOULART

OSCAR




ZÉ ROBERTO











LEANDRO
DAMIÃO





DEFESA

O Inter defende com todos os seus jogadores. Diferentemente da maioria dos treinadores que deixa dois atletas mais avançados, dificultando a saída de bola adversária, Falcão puxa Zé Roberto e Leandro Damião para trás da linha da bola, pelo setor central do campo.
É um dispositivo defensivo compacto, com participação de todos. As jogadas pelas laterais normalmente recebem a marcação de quatro jogadores.
Mesmo atacando, fica com quatro defensores à retaguarda. Um volante, os dois zagueiros e um lateral.
A marcação dos armadores é individual e faltosa. Empurrar o principal armador para as proximidades da área colorada pode render faltas importantes.
O recuo é consciente. O adversário ataca, tem posse de bola e de repente é surpreendido.
O caminho para o gol é a jogada pelos dois lados do campo.





ATAQUE

A saída de bola acontece pelos volantes, daí para os armadores. Contra o Galo, o time teve dificuldades para sair jogando, usou muito a ligação direta. O tiro de meta vai para Damião que raspa para Zé Roberto entre os zagueiros.
O ataque se baseia na troca de passes e na movimentação dos três armadores. Difícil opinar sobre a movimentação de Ricardo Goulart. Provavelmente jogará pela direita do ataque. Oscar se posiciona mais pela esquerda, pode entrar pelo lado ou sobre a posição do zagueiro direito. Tem que vigiar. Zé Roberto movimenta-se por todo o espaço ofensivo. Vai pelos lados do campo com velocidade, chega à linha de fundo e consegue fazer o cruzamento. Finaliza bem. Está em ótima fase. Tem que marcar.
Um dos volantes tem liberdade para atacar. A movimentação é vertical, pelo centro do campo.
Os laterais têm prioridade defensiva, mas sabem jogar no ataque. Cleber cruza muito bem e sabe fazer a jogada de linha de fundo. Tem que bloquear a subida.
Damião é o referência padrão. Longe de ser um primor de técnica, faz um gol por partida. Está onde a bola se oferece e coloca para dentro. Ótimo cabeceador. Afasta-se da área para desviar o tiro de meta. Tem gente que ainda não entendeu sua ausência da Copa América. Tem que marcar.
O contra-ataque sai a partir do desarme defensivo. Zé Roberto e Oscar são os puxadores.



O ponto forte do Internacional é a disciplina tática e a eficiente finalização. O time marca um gol para cada seis chutes à meta. O acúmulo de jogadores pela esquerda, com Cleber e Oscar, pode render bons cruzamentos para a área.

O ponto fraco não existe. As laterais do campo são os pontos menos fortes, as vulnerabilidades a explorar. O elevado índice de faltas cometidas recomenda a jogada vertical como um bom meio de se conseguir o tiro direto ou indireto sobre o gol colorado.

A escalação de Oscar pode indicar que os espiões de Falcão viram os treinamentos do Atlético e acharam melhor qualificar o time um pouco mais. As notícias do retorno de Renan Rocha e Deivid, e a entrada de Fabrício, devem qualificar o setor defensivo rubro-negro, passo fundamental para que se jogue por uma bola, um gol e uma vitória.

O nome do jogo é futebol. Tudo é possível.

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