sábado, 9 de julho de 2011

EU E MEU CORAÇÃO

Uma das histórias do futebol diz que o treinador seguia na sua preleção, acho que Evaristo de Macedo, quando, de repente, parou e disse: “Vão lá e ganhem este jogo”.
Hoje é mais ou menos assim. Renato fez trinta minutos de trabalho tático, buzinou no ouvido dos jogadores e partiu para o rachão. Vai apostar na estrela, no conjunto pré-existente, em Santiago Garcia e... na torcida. Está mais do que certo.
As declarações dos jogadores revelam o impacto positivo da chegada do gaúcho. O Atlético precisava de um sopro de otimismo, de alguém sem fórmulas mágicas, que a pergunta primeira ao se encontrar com o grupo fosse: “vocês estão perdendo por quê?”
O Furacão tem um bom grupo, semelhante a tantos outros do Brasileiro, e os resultados estão furos abaixo das suas reais possibilidades. Mais do que qualidade individual, o problema do Atlético é de cabeça, por sorte admitido por Adilson, que se auto-demitiu para dar espaço a alguém com melhor discurso.
Qual seria o time do Renato? Ninguém arrisca, nem se tem como certa a entrada de Garcia. Eu vou arriscar. O Atlético joga com: Renan Rocha, Wagner Diniz, Manoel, Fabrício e Marcelo Oliveira; Deivid, Cleber Pereira; Branquinho, Paulo Baier, Madson e Garcia.
Poderia escalar Nieto ao lado de Garcia. Acho que o estilo paradão de Nieto está fora dos padrões do Renato.
Poderia escalar Adailton no lugar de Branquinho. Acho que Branquinho tem mais velocidade que Adailton, mais ao gosto do novo comandante.
Renato deve fazer sua preleção, expor seu conhecimento sobre o Avaí, puxar pelo brio da moçada, e terminar com um “vão lá e ganhem este jogo”.
Eu vi o Avaí, entendi, mas não vou perturbar o amigo com minhas reflexões sobre o adversário a ser batido.
São quinze para as dez. O sol acabou de sair, a névoa sobre a Baixada lentamente se afasta e a cobertura resplandece anunciando a grande vitória.
Na feira, ao raiar do dia nebuloso, o homenzinho das verduras, tagarelando com a moça da barraca do queijo, anunciava, a quem quisesse ouvir, sua presença no campo dos sonhos.
Na sua simplicidade, acha impossível abandonar o seu Atlético, impensável deixá-lo cair. Ele estará lá, fazendo a diferença, empurrando o seu Furacão. Sem a sua força, sem a sua grandeza, eu também estarei. Eu e meu coração.

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