Em “JOGAR EM PÉ” expressei rapidamente meu pensamento sobre Renato Gaúcho. O amigo que não leu, pode dar uma olhada. Finalizei o texto falando da falta de comando do senhor Malucelli. A frase “amanhã, vai pedir o apoio da torcida” levou ao ponto final. Nem chegou, o seu Gaúcho já clama pelo apoio da torcida. Nem podia ser diferente.
Acho que o novo treinador pode fazer duas coisas importantes. A primeira é ensinar o caminho das pedras para Guerron. Renato foi um grande ponteiro, rápido, forte, um tormento para as defesas. Com um pouco de paciência, poderá fazer Guerron conseguir chegar à linha de fundo e cruzar uma bola precisa para companheiro. Já seria um passo imenso.
Outro passo gigantesco seria o afastamento de Rafael Santos da zaga. Renato deve ter estudado o Atlético para o último jogo do Grêmio na Baixada, descoberto a avenida disponível pelo nosso setor esquerdo. O fabuloso gol contra de Rafael, que lhe deu a vitória, considerada por ele um ótimo momento tático do tricolor gaúcho, deve ter sedimentado o conhecimento teórico obtido a partir da observação à distância. Se tirar Rafael, colocar qualquer dos reservas, terá o meu aplauso entusiasmado.
Não dá para ir mais além. O Atlético é uma confusão. O presidente diz que espera o treinador para contratar reforços e somos surpreendidos com a chegada de mais um atacante, um certo Itamar de 31 anos, com passagem em dezenas de equipes. Impossível acreditar em trabalho pelo menos coerente. Estamos contratando na contramão das nossas necessidades mais prementes. Achar uma notícia boa, algo que anime o torcedor é tirar leite de pedra.
Vivemos a pior fase da nossa história de novo rico. Estamos na mão de amadores da mais fina estirpe. Precisamos no mínimo de um pingo de sorte. Quem sabe ela venha com Renato.
A certeza é uma só. Temos que apoiar o Gaúcho. Goste ou não goste, o torcedor tem que ir a campo e empurrar este time, cumprir seu compromisso histórico. Acreditar que Renato veio determinado a resolver o problema, trabalhar, fazer do Atlético um conjunto vitorioso. Não custa atender seu apelo. Dar um crédito.
Fico por aí. Como o cliente que chega ao restaurante do ratinho do desenho animado Ratatouille, abandona o cardápio e pede ao chefe para surpreendê-lo, eu peço o mesmo ao Renato: surpreenda-me.
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