segunda-feira, 11 de julho de 2011

SEGUIR EM FRENTE

Saí do campo como você irmão rubro-negro. Desolado, sem palavras para explicar tanta falta de sorte na finalização a gol e tanta sorte em momentos em que o Avaí esteve muito próximo de marcar. Na realidade, o resultado poderia ter sido pior.
O que escrever sobre o dramático zero a zero?
Reclamar da ausência da massa rubro-negra, embora os dez mil presentes tenham dado apoio soberbo aos jogadores?
Reclamar de um individualismo inaceitável para o momento, quando o coletivo, o passe para o companheiro melhor colocado era a opção óbvia?
Reclamar do pênalti claro não marcado?
Reclamar do passado penoso, quando insistimos em individualidades sabidamente danosas, com a solução no banco de reservas?
Reclamar do presidente, daqueles que o abandonaram na hora difícil, quando permanecer a qualquer custo era o honesto e imperioso sacrifício a cumprir?
Elogiar o esforço presente os noventa minutos?
Ressaltar individualidades, o rendimento superior de alguns jogadores, especialmente de Madson quando, vindo de trás, criou várias situações de perigo?
Passei o domingo afastado do computador, entretido com a família, sofrendo com a derrota das meninas do futebol, balançado pela frase da filha rubro-negra quando do gol americano, “ultimamente torcer pelo futebol está muito difícil”.
Chegou a noite e eu sem um texto qualquer, sem uma mensagem de esperança.
A televisão mostra a tragédia de um time de rúgbi uruguaio que há quarenta anos despencou com o seu avião na cordilheira dos Andes. Setenta e dois dias de sobrevivência no clima rigorosíssimo, a necessidade de comer a carne dos companheiros mortos, a busca desesperada pelo socorro e, finalmente, o resgate, a volta à família, a recompensa pela luta sobre-humana.
A frase do sobrevivente que volta ao local onde os amigos estão enterrados me apresenta um caminho:
“As pessoas que reclamam são as que estão bem. As que estão mal cerram os dentes e seguem em frente.”
É o que nos resta, mostrar valor, ser sobre-humano, lutar como loucos para sobreviver. Abraçar o exemplo. Ser forte, cerrar os dentes e seguir em frente.

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