Você sai da Disney depois de sentado em cadeira que não sai do
lugar, andar numa asa-delta que te dá arrepios, pega o carro e chega à arena para
ver o jogo do Orlando Magic. O estacionamento é ao lado, na porta funcionários
com uma maquininha na mão habilitam o teu ingresso, indicam a escada rolante
que você deve pegar e em minutos o amigo está acomodado.
O jogo nem começa e você já está sentindo o cheiro do
cachorro-quente feito ali, ao alcance do teu nariz. O cheiro dos alimentos
processados, fritos, temperados no instante faz parte do espetáculo. Pois o
amigo não vai acreditar. Na magnífica arena os alimentos não podem ser
produzidos no local. Uma dessas regras da Anvisa que só colam na Arena. Daí
você comer aquele cachorro-quente de micro-ondas, borrachudo, insípido e
inodoro, mas saudabilíssimo. Em anos de campos de todos os tipos, nunca vi
alguém morrer de pão com bife.
Impossível entender. A moda dos food-trucks pegou, tem gente
fazendo comida em van em todos os cantos da cidade, sabe-se lá o nível da
higiene, mas na magnífica não pode. Algum doutor bactéria resolveu e tá
resolvido. Como aquele juiz que expulsou o Walter, foi lá no apêndice da regra
e resolveu amarelar o saboroso.
Eu queria saber se na Vila Capanema pode, se no treme-treme pode,
se a regra só vale para a magnífica. Eu queria terminar dizendo que copiamos a
Europa, o meu taxista colorado tinha razão, essa nossa mania de europeu é um tiro
no pé. Queria mas não posso. Na Europa pode.
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