Começo
de tarde e estava eu na bilheteria comprando ingresso para completar minha
turma na arquibancada. Um sol de meninas de perna de fora, pelo jeito o inverno
só volta ano que vem, e eu torrando naquela canícula. A boa notícia, a fila era
até grandinha, sempre chegando gente, creio que vamos bater nosso recorde de
público no ano. Seria muito bom.
Com
o neto a tiracolo, caminhei pela frente da magnífica, ele me perguntando sobre
portões, sócio Furacão, VIP, até chegar ao sócio Fan, ou fã? Disse a ele que a
arena é um corpo vivo, tem um coração, pulsa, e o coração da arena é o sócio
Fan. Recém-chegado do México, mas já com experiência no campo dos sonhos, perguntou-me
se é aquele pessoal da caveira, que fica cantando e dançando o tempo todo?
O
piá tem olhos de lince, entre pipocas, ruffles e refris enxerga tudo. Respondi
que sim, disse que hoje eles vão puxar o canto e nós vamos atrás, levar o
Furacão à vitória. Tenho a felicidade de viver a experiência serena de ser avô,
dois piás, duas gurias, de oito anos a dois meses se infiltram em minha casa,
comem, choram, riem, dormem, de vez em quando estão empoleirados sobre mim,
controle remoto na mão trocando canais em busca do melhor “cartoon”. Perco a mesa-redonda
e ganho carinho. Um baita dum lucro.
Do
alto do meu posto de observação, com a missão cumprida, pai velho, quero dar
meus parabéns a todos os pais neste dia, rubro-negros, coxas, paranistas. A
todos saúde, paciência, fartura nos elogios, aqui e ali umas caras feias, uns
petelecos para acertar a transição, está difícil distinguir entre o certo e o
errado neste mundo novo, mas não custa tentar, é obrigatório tentar, faz parte
do vestir a camisa, a camisa de pai, como a do meu Furacão, só se veste por
amor.
A
todos sucesso no cumprimento de suas missões, que Deus os proteja, feliz dia
dos pais.
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