Disse que falaríamos de Walter. Pois vamos falar, começando lá atrás, em
2001. Naquele ano, o Atlético foi campeão Brasileiro com um time sem estrelas,
fortíssimo no seu conjunto, na união transformadora de jogadores valorosos em
heróis eternos. Em 2005, o rubro-negro foi à final da Libertadores nas mesmas
condições. Inexistia naquele time dois, três supercraques, existiam jogadores
sem vaidades, o coletivo acima de tudo, assim atingimos o julgado impossível.
Hoje, o modesto Leicester City é o exemplo mundial do milagre promovido pela
união, está a um passo de ser o novo campeão inglês.
Walter tem que entender que faz parte de engrenagem que pode se tornar
poderosa, é peça da qual esperamos muito, até pela dedicação demonstrada na
luta pelo emagrecimento, mas, é bom que se diga, esperamos dele a mesma
disciplina e esforço esperados de qualquer jogador do elenco. Sem disciplina o
caminho é incerto, os atritos constantes, o desprezo dos que lutam vem rápido.
Walter tem que tomar um puxão de orelhas e voltar com tudo, humildade,
disciplina e bom futebol.
Walter pode não ter entendido o que é jogar no Atlético, estar ansioso
pelo retorno ao seu futebol de belos gols, pelo carinho da torcida, tudo pode
ser desculpa para o ato impensado. Walter tem que entender que a fase sem gols
acontece para todos, que no Furacão pode virar herói, pela entrega, pela
humildade, pela solidariedade aos companheiros, pela compreensão dos diferentes
momentos que enfrentará em sua trajetória, pela dignidade demonstrada a cada
passo. Que assim seja, que Walter deixe de ser apenas um gordinho bom de bola,
mais uma página sem brilho na nossa história, e se transforme em legítimo herói
rubro-negro. E bola para frente, caneta na gauchada que amanhã tem decisão.
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