quinta-feira, 14 de abril de 2016

PASSAR PELA GRALHA

Fui para o picolé do intervalo achando que, por mais modificado que um time possa estar, nada justifica futebol tão sem inspiração como o demonstrado pelo Atlético. Nada justifica que jogadores que recebam chance tão importante nas suas vidas profissionais fiquem em toques para trás e evitem o confronto, o drible, errem passes de cinco metros. Quando volto, anunciam-se os melhores momentos, como se tivessem existido, só para confirmar meu desconsolo.

Walter aquecendo ao lado do campo sinaliza para um melhor período final. Pergunto a alguém com melhor vista, quem aquece ao seu lado. Hernani é a resposta. Eu devo ter cortado cebola, tomate, salsinha, salsão e outros ingredientes na tábua dos dez mandamentos para sofrer com Hernani há tanto tempo. Vamos lá, é meu carma. Cortei, tá cortado, pequei, enfrento o castigo.

Abrem-se as cortinas e o Brasil perde gol incrível, a bola estourou na cabeça de Weverton, em corner, na sequencia, raspou a trave. Quase que a canoa vira. Walter faz a faz a transição, vai dando trabalho, dribla, passa bem curto, longo, mostra sua natural qualidade, André Lima faz a parede dentro da área, o Atlético vai ganhando ares de Furacão. Ewandro entra, dá mais mobilidade, as chances aparecem, mas os jogadores atleticanos demoram para finalizar, há um preciosismo desnecessário, a procura do chute perfeito que só atrapalha.

Então, lá pelos trinta, bola esticada para André Lima, o pivô bem feito para Hernani e gol do Furacão, e tive que ir dormir com essa. Para falar de coisas boas, penso que o Atlético melhorou muito a marcação, embora soframos terrivelmente com as bolas paradas defensivas. Penso que o jogo mostrou ser possível contar com Walter e André Lima em campo. Penso que foi suficiente para passar pelo Brasil, pode ser pouco para passar pela Gralha.

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