Fui para o picolé do intervalo achando
que, por mais modificado que um time possa estar, nada justifica futebol tão
sem inspiração como o demonstrado pelo Atlético. Nada justifica que jogadores
que recebam chance tão importante nas suas vidas profissionais fiquem em toques
para trás e evitem o confronto, o drible, errem passes de cinco metros. Quando
volto, anunciam-se os melhores momentos, como se tivessem existido, só para
confirmar meu desconsolo.
Walter aquecendo ao lado do campo
sinaliza para um melhor período final. Pergunto a alguém com melhor vista, quem
aquece ao seu lado. Hernani é a resposta. Eu devo ter cortado cebola, tomate,
salsinha, salsão e outros ingredientes na tábua dos dez mandamentos para sofrer
com Hernani há tanto tempo. Vamos lá, é meu carma. Cortei, tá cortado, pequei,
enfrento o castigo.
Abrem-se as cortinas e o Brasil perde
gol incrível, a bola estourou na cabeça de Weverton, em corner, na sequencia, raspou
a trave. Quase que a canoa vira. Walter faz a faz a transição, vai dando
trabalho, dribla, passa bem curto, longo, mostra sua natural qualidade, André
Lima faz a parede dentro da área, o Atlético vai ganhando ares de Furacão.
Ewandro entra, dá mais mobilidade, as chances aparecem, mas os jogadores
atleticanos demoram para finalizar, há um preciosismo desnecessário, a procura
do chute perfeito que só atrapalha.
Então, lá pelos trinta, bola esticada
para André Lima, o pivô bem feito para Hernani e gol do Furacão, e tive que ir
dormir com essa. Para falar de coisas boas, penso que o Atlético melhorou muito
a marcação, embora soframos terrivelmente com as bolas paradas defensivas.
Penso que o jogo mostrou ser possível contar com Walter e André Lima em campo.
Penso que foi suficiente para passar pelo Brasil, pode ser pouco para passar
pela Gralha.
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