sexta-feira, 29 de novembro de 2013

É ASSIM QUE SE FAZ

Passei o dia longe da bola, dei apenas um rápido olhar no furacão.com, tentei ler com rapidez as declarações de Mancini e fui acometido por indignação indigna de alguém tão resignado com a derrota quanto eu. Vou registrar frases retiradas do conteúdo “Foi um Atlético diferente, lamenta Mancini” para que o amigo possa entender, concordar ou discordar do meu ponto de vista. Diz seu Vavá:

“Não vimos o Atlético jogando com velocidade, sendo aquela equipe que finaliza bastante. O ritmo de jogo foi ditado pelo Flamengo. O Atlético foi perdendo o ímpeto... De certa forma, jogamos diferente. Por isso, fez um jogo tão abaixo”.

“Ficamos muito morosos no que diz respeito à transição de bola, que demorava muito a sair de trás. O meio-campo não atuou da forma como normalmente atua. A bola chegou pouco ao ataque. Foi um Atlético diferente. O que fica é que foi um jogo atípico... Foi um jogo moroso, onde o Atlético aceitou o ritmo que o Flamengo desejava, segurando o 0 a 0 e, no final, nossa equipe acabou tomando os dois gols”.

Fosse eu repórter, perguntaria ao seu Mancini: “E o que você, o comandante dessa equipe morosa, fez para mudar a situação?”. A meu ver, o treinador passa a ideia de que a partir do apito inicial o destino da partida está nos pés dos jogadores.

Isso podia acontecer nas décadas de cinquenta, sessenta, quando os craques e seus virtuosismos ganhavam partidas, pouco incomodados com seus técnicos a ressonar nos toscos bancos de madeira. Hoje não mais, existem as substituições, o treinador joga com o time em espaço demarcado para isso, conta no banco com dezena de jogadores a utilizar. Os técnicos passaram a ser venerados, ganham fábulas pelo protagonismo assumido.

Mancini podia ter modificado posicionamentos individuais, avançado a defesa, exigido movimentação, trocado Felipe aos quinze minutos quando ficou claro que estava dominado pela marcação, esperneado ao lado do campo exigindo empenho. Da minha poltrona nada vi, alguém à beira do campo pode me contestar com veemência e eu me curvarei aos novos fatos, embora as câmeras não tirassem os olhos do treinador rubro-negro.

Mancini tem a seu favor o minguado elenco, as saídas de Léo e Everton fizeram estrago tremendo. Tem ainda rendimentos nulos, atuações dedicadas, mas tecnicamente deploráveis a lastimar. Porém, colocar-se como assistente do desastre não fica bem. Podia ter cumprimentado o seu Jayme, assumido que tomou um baile do vovô treinador. Acontece. Aconteceu. Ninguém jamais lhe exigiu a vitória.

Na derrota no Maracanã, seu Mancini tem participação efetiva, está de braços dados com os jogadores. Posso incorrer em erro grave ao pinçar declarações e analisá-las sem maior aprofundamento. É um risco, porém, impossível deixar passar. Aprendi que o comandante é o responsável por tudo que acontece ou deixa de acontecer. Se você quer comandar tem que assumir o bom e o ruim, em terra de Marlboro é assim que se faz.

Um comentário:

  1. Inadmissível foi a entrada do Cleberson, para quem precisava fazer gol. e os 2 gols do Urubu, foram em cima dele...pode isso? Assino embaixo o texto, só deixando claro que Léo não tem cabeça pra continuar no Atlético, pq acabou nos prejudicando seriamente. Abrazz

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