sábado, 30 de novembro de 2013

ELE RESOLVEU ME COLOCAR NO COLO

O jantar de fim de ano no meu condomínio foi pleno de final da Copa do Brasil. Os coxas com seus sorrisos indecifráveis, os atleticanos que foram comemorando a excepcional participação da torcida, as lendas pipocando, os sons do vestiário ouvidos de mil maneiras, o que o Petraglia disse, o que não disse, a decepção com a equipe, com as atuações individuais, as diversas opiniões sobre Paulo Baier.

Ao amigo que tem a paciência de me acompanhar tenho o dever de dar minha opinião sobre a atuação de Paulo Baier. Ressalto que não conheço o velhinho, nada ganho para dar lustro à sua história, nem me incomoda opinar negativamente sobre sua participação em campo, limite imposto ao julgamento de todos nós.

Paulo Baier não fez uma boa partida tecnicamente, errou passes, quando o Atlético suspirou no Maracanã, conseguiu atacar minimamente, o armador errou cobranças de falta que pareciam ser a salvação da lavoura. Entretanto, PB jamais se escondeu do jogo, foi participativo, voltou para buscar, tentou armar o time, todos sabemos, não conseguiu. Num time acuado, escondido, Baier foi corajoso, fez o que a braçadeira de capitão lhe condenava, se a vitória faltou, não foi por falta de seu empenho.

Alguém dirá que Petraglia estava certo ao dizer que Baier nunca ganhou nada. Só alguém que nunca jogou a pelada da sua vida, tendo que colocar a bola de plástico entre dois tijolos colocados no meio da rua, e não conseguiu transformar seu sonho em realidade, poderá imaginar que um jogador sem a adequada cooperação de seus companheiros é capaz de, solitariamente, fazer milagres. Se alguém avançou nessa linha de pensamento, cometeu erro grave.

Paulo Baier cumpriu o seu dever como capitão. Devia sonhar com a vitória como todos nós. Todos nós não conseguimos, nem Baier, nem eu, nem você, nem Mancini, nem Petraglia. Fim de uma bela história. Ficam as lendas, as frases, os sussurros, que fazem parte, mas a nada levam. Os ódios momentâneos, as palavras ditas ao arrepio do bom senso devem ser esquecidas, uma análise fria das condições que levaram à derrota conduzida profissionalmente.

Enfim, a vida continua. No inesperado dia de sol em que eu estava simplesmente triste, nasceu na cidade do México meu neto Leonardo, um menino lindo, um presente de Deus para adoçar meu coração, dizer que sou eterno, que minha filha de olhos de jabuticaba está feliz. É meus irmãos, Deus sabe a hora para tudo, ele nos sustenta a cada passo. No dia em que eu estava simplesmente triste, Ele resolveu me colocar no colo.

  

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