sexta-feira, 15 de novembro de 2013

MORRO DE INVEJA

Derrubado pela derrota do Furacão frente ao Tigre, esqueci de cumprimentar a torcida do Cruzeiro pelo campeonato antecipado. Tenho que confessar uma inveja boa, quem não tem, ganhar o Brasileiro com rodadas de antecipação é de esfolar o cotovelo de qualquer adversário, mesmo o pessoal do Galo campeão da Libertadores 2013, pronto para embarcar para o Marrocos, olha para a festa azul com vontade de estar na Liberdade gritando tricampeão.

O torcedor mineiro está sobre a montanha olhando altaneiro para os estertores do campeonato nacional. O Galo treina para o mundial de clubes, a Raposa cumprirá seus compromisos fazendo festa a cada jogo, enquanto os excluídos do paraíso do pão de queijo se entreveram pelas vagas na Libertadores 2014, pela fuga do rebaixamento, uma batalha com data para acabar, regada a carrinhos, cabeças quebradas, bicos, chutões e safanões.

Qual a semelhança entre as duas equipes? Ambas estavam prontas para seus principais compromissos com razoável antecedência. Contratações feitas, treinadores engajados no planejamento de seus trabalhos e no treinamento desde o mais cedo possível. O Galo exagerou, trouxe Ronaldinho Gaúcho, o goleiraço Vitor, outras contratações de peso.

A Raposa foi mais econômica, mas formou elenco de alto nível em todas as posições. Como toda raposa, foi ladina “dimais”, ficou de olho nas revelações de outras equipes e as levou para a toca. O coxa Everton Ribeiro, o esmeraldino goiano Ricardo Goulart, o vascaíno Dedé foram algumas delas. Juntou a elas a experiência de Willian, Dagoberto, Borges, formou ataque avassalador e foi acumulando pontos.

Quando a Libertadores começou, o alvinegro entrou para detonar adversários, o mesmo aconteceu com o time estrelado no Brasileiro. Cuca, torcedor do Furacão, e Marcelo Oliveira, amadurecido no Coxa, foram hábeis condutores de suas equipes, deram a elas esquemas táticos eficientes, usaram seus atletas com sabedoria, formaram grupos coesos, harmoniosos, vencedores.

As torcidas ajudaram e foram ajudadas por arenas de primeiro mundo. A nova Arena Independência e o Mineirão Copa 2014 foram palcos de jogos emocionantes, tocados ao ensurdecedor grito da galera. As vitórias do Galo e sua inimiga Raposa são conquistas do povo mineiro, de suas autoridades em todos os níveis. Criaram-se em Minas condições para a manutenção da hegemonia tutu de feijão por longo tempo.

O que sobrou para os reles mortais? A Copa do Brasil, da qual o Cruzeiro foi eliminado pelo Fla com gol nos últimos minutos. Não fosse o gol de Elias, teríamos a missão de evitar mais uma coroa para o time azul. Ainda bem que temos o Urubu pela frente, também uma dureza, por sorte com umas fraquezas aqui e ali. Mais essa é outra história.

A ideia hoje é cumprimentar o Cruzeiro, o povo mineiro que soube se aproveitar do momento e transformar seu futebol no melhor do Brasil. Parabéns cruzeirenses, parabéns mineiros, aqui neste meu Paraná das discórdias, das pobrezas, morro de inveja.

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