terça-feira, 26 de novembro de 2013

VAMOS FURACÃO!

A mala está sobre a cama, o atleticano joga uns poucos pertences necessários e acomoda delicadamente sua camisa jogadeira ao lado do santo de devoção. Ela faz a viagem captando bons augúrios da santidade, se energizando para vestir o corpo atleticano ainda no hotel, minutos antes de sair para o jogo histórico. Vestida a camisa, protegido contra tudo, uma pequena prece e lá vai o irmão rubro-negro rumo à van que o conduzirá ao lendário Mário Filho.

No coração vai a dúvida – Vai dar, não vai dar? –, a esperança, eterna amiga do atleticano de fé, vai junto. Como posso acalentar a esperança baleada pelo empate em Curitiba? Lembrar ao amigo que o esporte é o futebol é o primeiro passo. O jogo da bola é o mar das incertezas, o regulamento da Copa do Brasil encrespa suas ondas, a cada minuto, a cada instante, os ventos mudam, são noventa minutos de instabilidade, o caneco volúvel, irreverente, brinca com os oponentes, escolhe abusado as mãos a se entregar definitivamente.  

O amigo vai dizer que é muito pouco. O Flamengo jogou bem em Curitiba, teve personalidade, controlou o andamento da partida, andou para vencer, o que não fará no aconchego do Maraca? Dar mérito ao Urubu é reconhecer sua boa partida, exagerar no reconhecimento é dar crédito a antagonista que finalizou três vezes contra o gol de Weverton, duas delas para fora. O bicho não é tão feio assim, ter isso bem claro é imprescindível.

O Atlético penou para entrar no jogo, fez seu gol, e quando estava melhor sofreu o empate fruto de mau posicionamento defensivo. A maximização do valor do tal gol fora abalou a equipe, contaminou a torcida, fortaleceu o Flamengo, o Furacão não conseguiu voltar às redes de Felipe, embora tenha feito o goleiro flamenguista trabalhar em três lances importantes. Eu diria que para o primeiro combate, o Urubu estava mais bem preparado psicologicamente.

Amanhã, o Furacão a entrar em campo terá seu emocional fortalecido. Já passou pela difícil primeira experiência, o Maracanã é templo de todos os brasileiros, o Flamengo é o mesmo com suas virtudes e defeitos, o time do seu Jayme pouco oferece em alternativas, Mancini deve ter encontrado soluções para os problemas enfrentados na Vila Caldeirão. Enfim, é outro jogo, com um Atlético melhor, mais capaz que em Curitiba.

O futebol é um duelo de vontades. Não vejo no Flamengo nenhum craque para desequilibrar a partida, é um bom time, bem organizado, que faz poucos gols, se garante na defesa, nem poderia ser diferente armado por zagueiro da qualidade do vovô Jayme. Chegou à final pelo calor da sua vontade.

Despidos dos traumas do primeiro jogo, movidos por vontade insuperável, a raça que nos fez suplantar tantos inimigos, os guerreiros atleticanos vão para o jogo confiantes nas suas capacidades, prontos para fazer a história, com sabedoria, paciência e garra escrever em noventa minutos mais uma página de imorredoura glória.

Vamos guerreiros! Aqueles que seguem seus passos esperam noventa minutos de coragem e fé! A vitória está ao nosso alcance! É possível! Vamos Furacão!

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