No coração vai a dúvida – Vai dar, não vai dar? –, a esperança, eterna amiga do atleticano de fé, vai junto. Como posso acalentar a esperança baleada pelo empate em Curitiba? Lembrar ao amigo que o esporte é o futebol é o primeiro passo. O jogo da bola é o mar das incertezas, o regulamento da Copa do Brasil encrespa suas ondas, a cada minuto, a cada instante, os ventos mudam, são noventa minutos de instabilidade, o caneco volúvel, irreverente, brinca com os oponentes, escolhe abusado as mãos a se entregar definitivamente.
O amigo vai dizer que é muito pouco. O Flamengo jogou bem em Curitiba, teve personalidade, controlou o andamento da partida, andou para vencer, o que não fará no aconchego do Maraca? Dar mérito ao Urubu é reconhecer sua boa partida, exagerar no reconhecimento é dar crédito a antagonista que finalizou três vezes contra o gol de Weverton, duas delas para fora. O bicho não é tão feio assim, ter isso bem claro é imprescindível.
O Atlético penou para entrar no jogo, fez seu gol, e quando estava melhor sofreu o empate fruto de mau posicionamento defensivo. A maximização do valor do tal gol fora abalou a equipe, contaminou a torcida, fortaleceu o Flamengo, o Furacão não conseguiu voltar às redes de Felipe, embora tenha feito o goleiro flamenguista trabalhar em três lances importantes. Eu diria que para o primeiro combate, o Urubu estava mais bem preparado psicologicamente.
Amanhã, o Furacão a entrar em campo terá seu emocional fortalecido. Já passou pela difícil primeira experiência, o Maracanã é templo de todos os brasileiros, o Flamengo é o mesmo com suas virtudes e defeitos, o time do seu Jayme pouco oferece em alternativas, Mancini deve ter encontrado soluções para os problemas enfrentados na Vila Caldeirão. Enfim, é outro jogo, com um Atlético melhor, mais capaz que em Curitiba.
O futebol é um duelo de vontades. Não vejo no Flamengo nenhum craque para desequilibrar a partida, é um bom time, bem organizado, que faz poucos gols, se garante na defesa, nem poderia ser diferente armado por zagueiro da qualidade do vovô Jayme. Chegou à final pelo calor da sua vontade.
Despidos dos traumas do primeiro jogo, movidos por vontade insuperável, a raça que nos fez suplantar tantos inimigos, os guerreiros atleticanos vão para o jogo confiantes nas suas capacidades, prontos para fazer a história, com sabedoria, paciência e garra escrever em noventa minutos mais uma página de imorredoura glória.
Vamos guerreiros! Aqueles que seguem seus passos esperam noventa minutos de coragem e fé! A vitória está ao nosso alcance! É possível! Vamos Furacão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário