quinta-feira, 14 de novembro de 2013

QUE VENHAM MUITOS MAIS

Quando o candidato não passa no seu primeiro vestibular, nada lhe assegura que passará no segundo. Terá pela frente um ano duro, se bobear fica no caminho de novo. Quando seu time leva gol em início de jogo, nada impede que leve outro em seguida. Parece impossível, você pensa que a reação será imediata, seu supertime vai assumir o controle da partida, empatar e virar, e a bola aparece no fundo das suas redes pela segunda vez.

Foi o que aconteceu com o Furacão. Tomou o primeiro em bola parada aos seis, o segundo em penalida máxima aos vinte e oito. Aí ficou difícil. Com o placar caído do céu, o Criciúma usaria todos os artifícios para segurar o resultado. Marcou forte, quebrou bolas, canelas, colocou o Atlético no bolso e terminou o primeiro tempo com o objetivo conquistado.

Na minha cabeça, faltava ao Rubro-Negro fazer a bola chegar aos atacantes. Roger tinha que voltar para buscar, Dellatorre em quarenta e cinco minutos não viu a cor da redondoca. Só com bolas paradas seria difícil, Baier acertou Luiz Alberto uma vez e com bola em movimento. Precisávamos do jogo terrestre, alguém para ajudar o velhinho, dividir a marcação. Eu tiraria Zezinho, que descobri em campo conversando com o juiz ao acabar do tempo, e colocaria Mérida.

Mancini optou por Ciro, tirou João Paulo e colocou o atacante. Discordar posso, torcer contra impossível. Vamos Ciro. O topete multipontas, uma criação de Éolo, o deus dos ventos, foi para a esquerda e até arrumou uns bons cruzamentos, foi muito pouco. O gol solitário do Furacão saiu em jogada individual de Paulo Baier, um belíssimo chute de fora e o centésimo estava assinalado, uma pintura à altura do feito. Parabéns Paulo Baier. Uma placa para Paulo Baier, o nosso highlander, o guerreiro imortal rubro-negro.

A partir do gol histórico, o Atlético tentou jogar futebol, trocando passes, tivesse um pouco de sorte poderia ter chegado ao empate, o que eu adoraria, mas seria injusto para time que em noventa minutos jogou uns quinze de alguma qualidade, em nenhum momento conseguiu se impor ao Tigre com sangue nos olhos.

Fica o ensinamento. Ou você começa o jogo acordado, ou atira o sonho pela janela em questão de minutos. Nem precisava. Poderíamos ter aprendido com o Goiás, que bobeou contra o Fla e perdeu em casa a classificação para a final da Copa do Brasil. Mancini tem que reavaliar a real utilidade de Zezinho, até onde é verdade essa história de saída de bola qualificada.

Ao tomar os gols, o Atlético inverteu uma situação psicológica que lhe era totalmente favorável, carregou as baterias do Tigre e perdeu merecidamente, sem desculpas, voltou de mãos vazias, acendeu as expectativas de Grêmio e Goiás agora na sua cola. De bom só a lição e o belo gol 100 de Paulo Baier. A torcida aplaude de pé. Que venham muitos mais.

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