O torcedor pode tudo, está nas redes sociais destilando seus ódios, antecipando tragédias, imaginando surpresas, o verbo torcer permite que a imaginação e a paixão trafeguem sem limites.
O meu porteiro coxa, demitido a pedido, precisava de algum para dar um trato na casa, deve estar levantando paredes de orelha quente. O Tcheco recebeu a missão impossível e só fala no motivacional. O dileto amigo sabe que o Geraldo motivado no máximo pode chegar ao boteco da esquina para comprar um chicabon. Motivar o Lincoln é tarefa para o seu Freud. O Alex, que levanta todo dia pensando no Cruzeiro onde estaria comemorando o título, olha para o lado e não vê o Robinho para carregá-lo nas costas. Prezado amigo de tantos papos e alegrias, este poodle velho que vos fala, com o coração cheio de pena, não inveja tua sorte.
O atleticano de braços cruzados, afundado na cadeira, mais ressabiado que capiau na frente de escada rolante, enxerga à sua frente dois cenários que podem levá-lo ao sonho da Libertadores. O sucesso na final contra o Urubu, definitivo, o passaporte para as Américas na carteira, os três jogos finais do Brasileiro, um passo de cada vez, ambos possíveis.
Os sete mil atleticanos que estarão no Maraca para a final contra o Urubu acreditam no título, por qualquer desses artifícios matemáticos que a Copa do Brasil possibilita. É outro jogo, que pede outro Atlético. Os primeiros noventa minutos mostraram a marcação da ave agourenta perfeitamente encaixada aos nossos movimentos ofensivos. O seu Vavá tem que aprontar alguma novidade, o Atlético tenta medida cautelar para o retorno de Léo ao time, fica a minha pergunta, por que só agora?
O primeiro passo do segundo cenário será dado amanhã contra o Náutico em Joinville. A vitória possível, se bem me lembro, só o Coxa perdeu para o Timbu, pode nos colocar entre os três primeiros. O rubro-negro Cuca vai exigir a vitória do Galo contra o Goiás. Fica a dúvida sobre a atuação da Ponte Preta contra o Grêmio. Terá a Macaca jogado a toalha no Brasileiro, estará focada unicamente na Sul-Americana depois de deixar os bambis aos prantos no Morumbi? Vou deixar esta tarefa para Elias, trocado pelo lateral Rodrigo Biro, quase uma Conceição, se subiu, ninguém sabe, ninguém viu.
O Furacão tem que entrar com força máxima contra o Náutico, resolver logo este problema, deixar a quarta-feira para depois. Um passo de cada vez.
A final no Mário Filho fica para segunda-feira, quando o cenário no Brasileiro estiver mais claro, as necessidades mais específicas. Finais são jogos para se ganhar com o coração, com a sorte, a sorte acompanha os audazes. O segundo passo pode dar caneco. Os coxas tremem, não querem. Eu quero, eu posso.
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