Leitor com óculos cor de rosa comete o desatino de ler o que
escrevo e me atira todas as pedras da sacola. Quer que eu escreva que está tudo
bem, é normal em início de ano perder para o Foz na Baixada, quase perder para
o Jotinha, toda aquela inconformidade da torcida é doidice de desentendidos,
temos que dar tempo ao tempo, daqui a semanas assistirei vitórias e lançarei
meus textos na fogueira.
Em dúvida sobre ir a Ponta Grossa, fui contaminado pelo otimismo
do atirador de pedras e estou pronto para comprar passagem, pegar o ônibus e
seguir cantando “só eu sei... por que não fico em casa”, certo de que tudo vai
dar certo, é só dar tempo ao tempo, confiar que o girar da imensa nave Terra trará
as vitórias que espero.
Com os pés no chão vou dando os meus pitacos. Quarenta e cinco
minutos de Nikão mostraram que a novidade sabe sair da marcação, o que em
termos de Furacão é grande passo. Outro que sabe fugir do marcador é Marmentini.
Quem não sabe, fica dando totó lateral, cede o lugar, tchau e benção. A fila
anda.
Outra posição em aberto é a de volante. Ou sabe atacar, ou chega à
frente, ou está fora. Volantes modernos são armadores que sabem marcar. A
melhora do Atlético passa por mudança de atores. Tem gente se achando o
comendador da novela. No elenco rubro-negro só Weverton é dono da camisa. O
Paranaense serve para trocar peças, ajustar a máquina. Claudinei tem que
visitar a prateleira.
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