terça-feira, 9 de junho de 2015

É BOM ORIENTAR A TRIBO

Meu porteiro coxa há muito deixou meu prédio, ficou a boa amizade. Foi trabalhar ali na Iguaçu, quatro quadras do emprego antigo. Ontem, no seu horário de trabalho, fui lá, enfrentei o negrume do vidro à prova de balas, a frieza do interfone, perguntei pelo alviverde e uma voz estranha respondeu falsa: “Em férias, só volta final do mês”. Deixei um abraço para aquela voz eletrônica deprimida, cansada, soando a série B.

O Coxa trocou de técnico, diz o diretor que a pressão foi grande para a queda do xodó do seu Virso. Durou muito, no Brasil perdeu duas seguidas está prestigiado, perdeu três demitido. Lá se vai feliz o viajante, os reais tilintando no bolso, mais uns vinte dias está empregado de novo.

De passagem por Curitiba, sapecado pelo Furacão, seu Doriva botou a boca no trombone. Disse o “nariz” sobre a curta experiência rubro-negra: “É um clube difícil de trabalhar, muita gente dá opiniões, a gente nunca sabe de onde vêm as opiniões, as interferências. Para quem vem de fora, sem respaldo, fica muito difícil trabalhar”.

Para quem viu sua apresentação no Vasco em que o Eurico Miranda o obrigou a atacar, depois o obrigou a ficar, negando proposta do Grêmio, seu Doriva não anda dando sorte na escolha do local de trabalho. Mesmo assim, nos devidos termos o choramingar do vascaíno é sinal de fumaça, alerta, serve para aprimorar a instituição. Aperfeiçoar é trabalho para todo dia. Índio é bicho atrapalhado, bobeou quer saber mais que o cacique, dar ordem sem permissão. É bom orientar a tribo.

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