Meu porteiro coxa há muito deixou meu prédio, ficou a boa
amizade. Foi trabalhar ali na Iguaçu, quatro quadras do emprego antigo. Ontem, no
seu horário de trabalho, fui lá, enfrentei o negrume do vidro à prova de balas,
a frieza do interfone, perguntei pelo alviverde e uma voz estranha respondeu
falsa: “Em férias, só volta final do mês”. Deixei um abraço para aquela voz
eletrônica deprimida, cansada, soando a série B.
O Coxa trocou de técnico, diz o diretor que a pressão foi
grande para a queda do xodó do seu Virso. Durou muito, no Brasil perdeu duas
seguidas está prestigiado, perdeu três demitido. Lá se vai feliz o viajante, os
reais tilintando no bolso, mais uns vinte dias está empregado de novo.
De passagem por Curitiba, sapecado pelo Furacão, seu Doriva
botou a boca no trombone. Disse o “nariz” sobre a curta experiência rubro-negra:
“É um clube
difícil de trabalhar, muita gente dá opiniões, a gente nunca sabe de onde vêm
as opiniões, as interferências. Para quem vem de fora, sem respaldo, fica muito
difícil trabalhar”.
Para quem viu sua apresentação no Vasco em que o Eurico Miranda o
obrigou a atacar, depois o obrigou a ficar, negando proposta do Grêmio, seu
Doriva não anda dando sorte na escolha do local de trabalho. Mesmo assim, nos
devidos termos o choramingar do vascaíno é sinal de fumaça, alerta, serve para
aprimorar a instituição. Aperfeiçoar é trabalho para todo dia. Índio é bicho
atrapalhado, bobeou quer saber mais que o cacique, dar ordem sem permissão. É
bom orientar a tribo.
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