segunda-feira, 8 de junho de 2015

QUE SAUDADES

Recebendo queridos amigos, assisti Brasil e México entre recordações do passado e olhadas rápidas nos gols brasileiros. Só fui prestar atenção mesmo lá pelos quinze do segundo tempo. Amigos imaginem minha surpresa. O Brasil era um Atlético de camisa amarela, jogado atrás da linha do meio de campo, defendendo, jogando por uma bola.

Por sorte revendo os gols encontrei vestígios do verdadeiro futebol brasileiro. No primeiro, Philippe Coutinho dá um “já vai” no marcador, entra pelo lado e marca colocando a bola entre o goleiro e a trave. No segundo, Elias livra-se do zagueiro com uma caneta e assiste Tardelli. O drible disse presente.

Eu sei que a antiga finta está no acostamento. Outro dia Neymar deu uma lambreta num cabeçudo e o time adversário ficou furioso, humilhado pelo drible lindo, um refinamento da técnica individual. É o mesmo que ficar indignado com a Ferrari que passa ao seu lado zunindo o motor.

Sabe-se lá o que se passa na cabeça do Dunga tático – quem sabe? –, mas eu gostaria que o Dunga técnico incentivasse o drible, mesmo que não fosse a dele quando jogador. O drible é a nossa marca registrada, nos deu títulos, transformou o jogo da bola em arte pura. Se quer prender o canário na gaiola defensiva tudo bem, os 7 a 1 quebraram a coluna nacional, pelo menos dê liberdade para driblar, no mínimo, no mínimo, vai me fazer lembrar Dorval, Pelé, Coutinho e Edu. Que saudades.

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