Mancini ficou conhecido pela conquista da Copa do Brasil no comando do
Paulista de Jundiaí em 2005. A sua demissão do Grêmio durante o campeonato
gaúcho de 2008 foi outro momento de aparição nacional. Invicto na competição,
três vitórias e dois empates, caiu.
O estopim para a queda foi a fraca partida do Grêmio na vitória mínima contra
o Jaciara-MT pela Copa do Brasil. Dirigente gremista classificou de apática a
atuação da equipe. Após sua saída, soube-se que empate anterior contra o
Sapucaiense acendera o pavio da decisão, devido ao inferior desempenho do time
e postura demasiadamente ofensiva. Mancini reclamou da intromissão de
dirigentes no seu trabalho e pegou o avião.
No mesmo ano assumiu o Vitória, foi campeão baiano e conquistou vaga na Sul-Americana. Mário Silva, superintendente do clube, elogiou o treinador, disse da "família" criada com os jogadores, comparou-o ao seu Scolari.
Em 2009 rompeu o contrato com o Vitória para assumir o Santos. Foi vice no Paulistão, perdeu a final para o Corinthians, e teve um início desastroso no Brasileiro com brigas no elenco, demissão de funcionários, acusações de trairagem que devastaram o ambiente. A eliminação pelo CSA na Copa do Brasil dentro da Vila Belmiro e o 6 a 2 sofrido contra o Vitória no Barradão carimbaram sua saída do clube no meio do ano.
Voltou ao Vitória em agosto, início promissor, esperança de Libertadores, queda pronunciada, a vaga da Sul-Americana conquistada na última rodada. Semanas antes do término do campeonato sua saída do Leão já estava decidida.
Em 2010, fraca passagem pelo Vasco com a duração do campeonato carioca e o rebaixamento com o Guarani.
Foi campeão cearense em 2011 e levou o Ceará às semifinais da Copa do Brasil. Fez um bom primeiro turno no Brasileiro e entregou o cargo. Assumiu o Cruzeiro e fugiu do rebaixamento com o duvidoso 6 a 1 sobre o Galo na última rodada.
No Sport em 2012, em três meses de Brasileiro teve aproveitamento de 29,1% e se afastou do clube.
No Náutico neste início de ano, após sequência de maus resultados foi demitido ao perder para o Ypiranga em casa.
Opinião de quem o acompanhou em Recife o coloca como técnico trabalhador, esforçado, bom de entrevista, infelizmente tipo eu ganho, eles perdem. Deixou ambiente difícil em Sport e Náutico. Fala-se que na ilha seu apelido era “aprendiz do Leão”. É possível que a contratação pelo Santos e outros clubes de importância possa ter subido à cabeça, transformado o treineiro na última bolacha do pacote.
Mancini é treinador como tantos outros, currículo irregular, mal nos grandes, algum brilho em Vitória e Ceará, altos e baixos, prevalência dos baixos nos últimos anos. Se no Vitória criou uma família, parece ter perdido o tato conforme as declarações do opinante recifense. Fiquei na dúvida se tem gosto maior pelo ataque ou defesa. No Grêmio foi considerado exageradamente ofensivo, o que seria natural para quem foi meia-atacante.
O Furacão é ótima oportunidade para Mancini reinventar a carreira, voltar aos primeiros tempos de formador de bons ambientes, ganhador de títulos. O Atlético tem que conhecer o perfil de quem contratou, estar junto, informando, apoiando, aparando arestas. Pelo jeito tudo vai depender do tamanho das almas envolvidas. Com técnico e jogadores reduzidos à humildade solidária que dá bons frutos, empurrados pela torcida paciente, creio que são boas as chances de sucesso.
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