terça-feira, 23 de julho de 2013

NOTA NOVE

Quando da chegada de Mancini tomei um susto tremendo. Coluna de cronista nativo o colocava como adepto da utilização de três volantes, treinador a pautar seu trabalho pela desmedida preocupação com a defesa.

O amigo sabe que três volantes me causam estresse dos mais profundos, fico com o corpo todo empelotado, a pressão sobe, sou obrigado a acrescentar mais um comprimido ao meu punhadinho diário.

No ano negro de 2011, o início terrível com o senhor Adilson Três Volantes Batista nos levou às agruras da segunda divisão, da qual saímos depois de esforço sobre-humano. O amigo viveu o drama e perdeu anos de vida como eu.

Meu sobressalto ganhou peso com a escalação do rubro-negro contra o Coritiba. Lá estavam Juninho, Bruno Silva, João Paulo, mais Zezinho de contrapeso. Seria já o dedo do novo treinador influenciando a cabeça de Alberto, O Interino? Estaria o astuto colunista provinciano cheio de razão?

Os céus tiveram pena de mim e as duas primeiras equipes a entrar em campo sob o comando do seu Mancini contavam em sua escalação com apenas dois protetores da defesa. O jogo de domingo provou o viés ofensivo que sempre me pareceu ser o padrão de conduta do novo treinador. No Grêmio teve gente que o achou ofensivo demais. Fico mais tranquilo.

Se jogar no ataque me dá satisfação, os cuidados defensivos colocados à mostra me deixaram ainda mais faceiro. Seu Vavá segurou Botelho atrás da linha de meio campo, impediu suas incursões ofensivas, que são o seu forte, mas deixam um buraco tremendo na defesa. Creio que no futuro vai dar maior liberdade ao lateral. Neste momento de dificuldades é bom mantê-lo à retaguarda, pelo menos até fazê-lo entender melhor o mecanismo do ir e vir.

Melhor ainda, quando entramos na casa dos trinta do segundo tempo e o resultado ficou empoleirado sobre o muro, um descuido e a vitória cairia para o lado corinthiano, Mancini recuou um volante para jogar na linha dos zagueiros, deu estabilidade ao setor, permitiu ao time forçar no ataque com maior segurança.

Do que vi neste jogo contra o Corinthians – o irmão rubro-negro pode ter visto algo muito diferente e estar cheio de razão –, estou botando fé no trabalho do seu Vavá. Só para não dar dez, achei que poderia ter colocado Elias no lugar de Baier nos minutos finais. A rabugice prova que estou velho e chato, pior, não há comprimido contra a chatice. Mesmo assim, fruto do meu bom coração, da minha boa vontade com recém-chegados, vou dar nota nove.

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